Pesquisadores da UFMG aprimoram inteligĂȘncia artificial que identifica focos do Aedes aegypti
Ferramenta Ă© capaz de dispensar a verificação presencial nos possĂveis criadouros do mosquito
Os pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com pesquisadores da Universidade de SĂŁo Paulo (USP) e da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, aprimoraram um software que utiliza a InteligĂȘncia Artificial (IA) para identificar focos de Aedes aegypti com base em imagens aĂ©reas. Os responsĂĄveis da universidade mineira sĂŁo do Departamento de CiĂȘncia da Computação (DCC), e ajudaram a desenvolver um dispositivo capaz de usar imagens de fachadas de imĂłveis para anĂĄlise automĂĄtica e mapeamento das ĂĄreas urbanas com alto risco de infestação. Com esse uso, a ferramenta Ă© capaz de tornar dispensĂĄvel a verificação presencial nos locais que servem como possĂveis criadouros do Aedes aegypti, barateando o processo e facilitando o combate Ă dengue.
Como explica o coordenador dos estudos, o professor Jefersson Alex dos Santos, do DCC e da Universidade de Sheffield, Ă© atravĂ©s dessas imagens que Ă© usado o sistema de detecção. “Desenvolvemos algoritmos baseados em aprendizado profundo para detecção de caixas dâĂĄgua e piscinas. Um modelo de detecção de objetos, inicialmente criado para ĂĄreas de Belo Horizonte, foi aprimorado com tĂ©cnicas de transferĂȘncia de aprendizagem, que nos permitiu detectar objetos em Campinas com menos amostras e mais eficiĂȘncia”, afirma.
Ăndice de Condição de Premissa
Esse projeto jĂĄ gerou testes prĂĄticos, que foram realizados em Campinas, no estado de SĂŁo Paulo, quando nos 200 quarteirĂ”es pesquisados foram medidos trĂȘs diferentes componentes. Os chamados Ăndice de Condição de Premissa (PCI), analisados no estudo, levam em conta a construção, quintal e sombreamento, considerando tambĂ©m as fachadas e outras caracterĂsticas. Os resultados desse estudo foram apresentados no artigo Automatic mapping of high-risk urban areas for Aedes aegypti infestation based on building facade image analysis, que ainda estĂĄ em revisĂŁo, e que indica avanços nessa otimização de recursos desejada pelos pesquisadores. A tecnologia desenvolvida atĂ© entĂŁo foi chamada de PCINet.
Conforme destacam os autores, identificar quais sĂŁo as ĂĄreas de maior risco em um municĂpio e direcionar os esforços de controle para elas Ă© uma estratĂ©gia mais eficiente para o combate ao Aedes aegypti, e para isso a ferramenta seria importante. Para que funcione, no entanto, Ă© necessĂĄrio que seja feita uma visita em todos os edifĂcios, um processo que seria considerado muito oneroso, e por isso a proposta seria de um uso capaz de prever o PCI com base em imagens das fachadas no nĂvel da rua. AtĂ© entĂŁo, os resultados obtidos com o PCINet e as correlaçÔes das condiçÔes da fachada com os componentes do PCI indicam, para eles, a confiabilidade da metodologia para classificar as condiçÔes dos edifĂcios sem visitĂĄ-los fisicamente, apresentando resultados satisfatĂłrios neste sentido.