15 anos do ouro olímpico brasileiro e do desfile de André Nascimento em JF
Quinze anos! Há exatos 15 anos, a Seleção masculina de vôlei era ouro nos Jogos de Atenas 2004, o segundo dos meninos do Brasil na história olímpica. Uma decisão em uma manhã de domingo bem particular para os juiz-foranos, que torciam para o conterrâneo Geovane Gávio e para André Nascimento, não nascido na cidade, mas morador da Zona Norte e atleta do Bom Pastor por alguns anos.
Por tal situação, o campeonato olímpico na Grécia teria muita repercussão local. Lembro-me que, dias depois, mais precisamente no dia 1º de setembro, era grande o frenesi pela chegada de André em JF, que desfilaria em carro aberto dos bombeiros pelas principais ruas juiz-foranas.
Naquela época, com 18 anos e com meu primeiro emprego de carteira assinada, em uma papelaria na Rua Halfeld, sai de casa logo depois do noticiário local da TV que já destacava a iminente chegada do atleta à região. Pelo fone de ouvido do radinho que sempre me acompanhava, fui sentindo no ônibus aquele clima de euforia, na expectativa de conseguir acompanhar alguma coisa antes da entrada ao trabalho. Mas não. Por volta das 15h, quando eu já havia batido meu ponto, é que foi intensificada a movimentação, com som de sirene, fogos e todo um alvoroço bem diferente no Centro.
Não houve chance para uma fugidinha rápida e o que me restou foi acompanhar a cobertura no noticiário local do dia seguinte. Mas, a partir daquele momento, uma certeza foi se consolidando. “Vou ser jornalista”, pensava eu, que à época, usava o dinheiro do trabalho para bancar o cursinho pré-vestibular. Tal afirmativa partia do pressuposto de que um dia, quem sabe, eu teria a chance de contar um momento como aquele para pessoas que, como eu naquele dia, não puderam estar na Rio Branco reverenciando a passagem do oposto camisa 9 da seleção.
Nestes 15 anos, os caminhos foram se desenrolando e jornalista aqui estou. A cidade não teve outro desfile de campeão olímpico, mas pude, tempos depois, trabalhando, estar com André, Geovane Gávio e praticamente todos os outros atletas daquele time medalhista em Atenas. E, trabalhando, torço para que, quem sabe, desfile semelhante aconteça com Felipe Roque, local que agora defende a mesma camisa defendida por Geovane e André.
Quinze anos! O tempo passou, mas aquelas imagens que eu, curiosamente, não testemunhei ficaram gravadas. E marcam até hoje. Coisas que o esporte, com sua característica tão peculiar, é capaz de proporcionar.