O resiliente JF Vôlei
No próximo sábado, depois do meu plantão aqui na Tribuna, meu programa será acelerar e chegar antes das 19h no Ginásio da UFJF para acompanhar a estreia do JF Vôlei na Superliga B.
Pelo lado adversário, poderemos ver Thiago Alves, aquele famoso jogador, com passagens por times vencedores como Cimed, RJX, Sesi-SP e medalhista olímpico com a camisa da Seleção Brasileira em 2012. Mas o belo e educado ponteiro que me perdoe, porém minha torcida será bairrista e estarei lá para incentivar os jovens bem menos conhecidos.
Desde 2009 acompanho in loco – antes mesmo do acesso à Superliga – a história da equipe local. E desde então vejo o quanto o projeto que por sete temporadas esteve na elite do voleibol nacional é adorado por uma parcela que vai ao ginásio e, lamentavelmente, não tão bem valorizado por outra parte – sobretudo a que detém dinheiro e poder para dar um up no time e, por que não, no nome da cidade.
Em um cenário que necessita de muito investimento financeiro, a diretoria do time juiz-forano luta, aos trancos e barrancos, para formar seus elencos. E em uma cidade que tem o vôlei feminino do Sport da década de 80 em sua memória afetiva, assim como ostenta com orgulho a naturalidade de nomes como José Eduardo Bara, Márcia Fu, Geovane Gávio, André Nascimento – não nascido aqui, considerado como se fosse -, poucas são as empresas que enxergam o vínculo ao voleibol como oportunidade de marketing.
Nesta situação de pouco dinheiro em caixa, a aposta deste ano é abrir espaço para alguns bons atletas de fora e jogadores da cidade, que vislumbram alçar voos maiores, tal como os conterrâneos famosos já citados.
Para um país que respira futebol e suas cifras milionárias, é duro demais ver tal situação. Para uma cidade do porte de Juiz de Fora – e com toda essa tradição já citada no voleibol – , é lamentável não nos ver com um time mais grandioso. Mas a resiliência destes casos encanta. Saber que projetos tentam se sustentar como podem é bacana demais. No caso do JF Vôlei, com bastante transparência financeira, algo raro hoje em dia, é digno demais.
E é por isso, Thiago Alves, que pedirei licença para torcer pelos garotos de Juiz de Fora no sábado.
Há cidades com grupos mais caros e significativos. Mas o esforço feito pela sobrevivência do projeto merece nossa torcida.