Eu só acho…
Há uns quatro meses, escuto a pergunta: “e o Vasco, vai cair?”. Na resenha pós-pelada ou na mesa de boteco, o questionamento é sempre o mesmo. Não sou adepto da futurologia. Só faço previsões – otimistas, sempre – quando se trata do meu Corinthians e do nosso Tupi. Todavia, confesso que já cravei múltiplos destinos para o Gigante da Colina. Por várias vezes, não tive remorsos em cravar o rebaixamento. Isso era “óbvio” até o início do segundo turno. Aí, o Cruz-Maltino se inspirou em sua história. Com uma surpreendente arrancada, o Time da Virada mostrou que podia virar o jogo e, em alguns momentos, a permanência na Série A me parecia o mais provável, com direito a estátua para Nenê em frente a São Januário.
Faltando uma rodada, não vou ficar em cima do muro. Longe de previsões ou de desconfiar da capacidade do futebol nos surpreender, acho – reforço, “acho” – que o Vasco cai. A matemática e a tensão que devem marcar o duelo em Curitiba desenham tal cenário. Infelizmente, caso aconteça, a possível queda não será injusta. O clube regrediu décadas quando deu outro voto de confiança a Eurico Miranda. O cartola botou banca, ganhou o Estadual e acreditou que, no futebol moderno, era o que bastava para impor respeito. Não, Eurico, não é! O que manda atualmente é o planejamento, e, vide as duas equipes que o senhor montou na competição, esse não é o seu forte.
O possível rebaixamento não faz bem ao futebol nacional. Por mais que os adversários gostem da chacota, o sempre questionado Brasileirão fica mais sem graça e esvaziado sempre que um clube tradicional se aventura pela Segundona. Ninguém ganha com isso. Nem o torcedor vascaíno, nem os rivais. Apenas Eurico, que pode levar uma passagem de ida para a Sibéria. Merecida e benéfica para nosso esporte.