A educação empreendedora como ferramenta do desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira
Modelo propõe a ruptura de uma prática educacional que privilegia a transmissão estática e a crítica de dados e informações, sem estimular reflexões ou a aplicação dos saberes na forma de ações transformadoras
A velocidade das mudanças, seja no campo da tecnologia ou no comportamento das pessoas, está promovendo transformações na forma como vivemos, nos relacionamos e aprendemos. Num mundo onde tudo muda rapidamente, a única certeza é a de que os desafios são grandes e as oportunidades maiores ainda. Mas como aprender a lidar com essas mudanças e enxergar oportunidades?
Nesse contexto, a sociedade contemporânea tem exigido, cada vez mais, jovens com diversas competências e capacidade de se adaptar às mudanças, enfrentar desafios e promover transformações em suas vidas e nas comunidades em que estão inseridos. Por isso é urgente a discussão sobre o modelo de educação que as instituições de ensino estão oferecendo aos jovens. Os educadores não devem transmitir somente conhecimento e ensinar conteúdos técnicos, mas também estimular os jovens a identificarem suas potencialidades e descobrir novas oportunidades. Precisamos, urgentemente, de professores empreendedores nas salas de aula, profissionais que busquem soluções para inovar no processo de ensino e oferecer uma nova experiência de aprendizado.
O atual sistema de ensino não está acompanhando a velocidade das mudanças, sequer preenchendo as lacunas para a formação de jovens capazes de moldar uma sociedade consciente e promover o tão sonhado desenvolvimento sustentável.
Mas que novo modelo de educação seria este? Por onde começar? Não existem respostas fáceis para perguntas tão complexas, mas uma mentalidade empreendedora e inovadora é o primeiro passo para prosperarmos nesse ambiente.
É preciso levar em consideração alguns dados sobre o empreendedorismo no país, como os que seguem abaixo, extraídos do Relatório de Empreendedorismo no Brasil, emitido pelo projeto Global Enterpreneurship Monitor (GEM/2016)*, cujo objetivo é compreender o papel do empreendedorismo no desenvolvimento econômico e social dos países:
- Cerca de 43% dos novos empreendedores brasileiros têm entre 18 e 34 anos de idade;
- 20,5% dos novos empreendedores têm escolaridade abaixo do segundo grau e somente 14,4% têm ensino superior completo.
Esses dados apresentam o perfil do empreendedor brasileiro, que, além de muito jovem, possui baixa escolaridade e empreende por necessidade. Ou seja, as chances de a vida dessas empresas ser curta é altíssima. São pessoas que, em sua maioria, não têm conhecimento básico de ferramentas de gestão.
Essa realidade justifica a inserção da educação empreendedora nas instituições de ensino. Esse modelo propõe a ruptura de uma prática educacional que privilegia a transmissão estática e a crítica de dados e informações, sem estimular reflexões ou a aplicação dos saberes na forma de ações transformadoras. Ao implementar a educação empreendedora nas instituições de ensino, não se pretende apenas transmitir ao aluno conhecimento básico em gestão, mas também contribuir para a formação do ser autônomo, capaz de tomar decisões, superar desafios, realizar sonhos, construir propostas inovadoras e empreender.
*A GEM é conduzida pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) e conta com o apoio técnico e financeiro do Sebrae