Ginásio da UFJF não tem AVCB e segue sem inauguração
Obras começaram há 11 anos e deveriam ser concluídas em 2019; aluna cita falta de elevador e vãos de madeira no equipamento

Após 11 anos do início das obras, o novo ginásio da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), localizado na Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid), ainda não foi inaugurado. O local é utilizado para treinos da atlética da Faefid para projetos de basquete da cidade. Nele, também acontecem campeonatos de judô, jiu-jítsu e outras lutas. Entretanto, o palco esportivo ainda não possui o Auto Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), necessário para receber eventos. O local tinha previsão inicial de entrega para 2019, conforme consta em publicação da própria Universidade daquele ano. O equipamento esportivo teve investimento estimado em R$ 40 milhões.
A reportagem entrou em contato com o Corpo de Bombeiros e questionou sobre o laudo, bem como qual tipo de atividade o ginásio pode receber. A resposta foi apenas que o local “possui projeto de regularização do AVCB em fase de análise pelo CBMMG”. A Tribuna também questionou a UFJF sobre o motivo de o equipamento esportivo não ter sido inaugurado, se há uma data prevista para a inauguração e quais utilizações têm sido feitas, mas não obteve resposta até a edição desta matéria.
Em 2023, questionada sobre o espaço, a UFJF respondeu à Tribuna que o local estava sendo utilizado exclusivamente para atividades internas relacionadas às disciplinas de graduação e projetos de extensão. “Dessa maneira, o acesso ao ginásio permanece restrito ao público interno, não estando aberto à participação do público externo neste momento”.
Naquela ocasião, no entanto, o equipamento esportivo chegou a receber eventos universitários mas que, segundo a Universidade, seguiam as recomendações dos bombeiros. “A participação foi limitada a um público restrito, proporcionando facilidade de acesso e saída, exclusivamente para estudantes da faculdade”. A instituição acrescentou, ainda, que o equipamento esportivo estaria “em processo de realização de vistorias no local para garantir a conformidade com os protocolos estabelecidos pelo Corpo de Bombeiros”, situação mantida desde então.
Ginásio tem problemas de acessibilidade, diz estudante
A atlética da Faefid tem utilizado o Ginásio para treinos de basquete, futsal e vôlei, além de amistosos e eventos de luta, confirma a presidente Maria Eduarda Oliveira. “No entanto, há restrições quanto à divulgação de certas ações, possivelmente por conta da ausência de uma inauguração oficial. Não sei exatamente o que está impedido, mas sei que essa falta de inauguração interfere em alguns aspectos. Havia uma previsão para ela acontecer, mas até agora isso não foi cumprido”, diz.
Conforme a aluna, é possível observar alguns aspectos inacabados no local. “Há espaços reservados para a instalação de elevadores, voltados à acessibilidade, mas que ainda estão vazios. Para acessar os andares superiores, só há escadas, o que limita o acesso de pessoas com mobilidade reduzida. Algumas obras internas não foram finalizadas e representam riscos. Existem vãos abertos, protegidos apenas por pedaços de madeira, o que é extremamente perigoso. Ou seja, mesmo que o ginásio esteja em funcionamento e pareça concluído por fora, ele não foi totalmente finalizado”, explica.
A presidente da Atlética Faefid destaca o potencial do equipamento esportivo, mas chama a atenção para as pendências estruturais remanescentes. “Há falhas básicas de segurança e questões estruturais inacabadas. Se o projeto prevê acessibilidade, é fundamental que essas obras sejam concluídas. Isso é o mínimo esperado em um espaço público com essa proposta. É importante ressaltar que o ginásio tem grande potencial. A estrutura é excelente, visualmente muito bonita e poderia ser um espaço importante para o esporte e o lazer da cidade. Mesmo com a possibilidade de uso atual, ainda há diversas falhas que merecem atenção”, acredita a presidente.