Caso Aeroporto: Polícia Civil conclui inquérito e prende nono suspeito do crime

MPMG pede judicialmente indenização em favor dos familiares da vítima


Por Pâmela Costa

15/04/2025 às 11h56- Atualizada 15/04/2025 às 14h46

A Polícia Civil prendeu, na manhã desta terça-feira (15), o nono suspeito de participação no crime que matou Sebastião Felipe Ladeira, de 37 anos, no Bairro Aeroporto, Cidade Alta, no último dia 23. Um segue foragido, informou a PC. Em coletiva de imprensa, a delegada Camila Müller, da Delegacia Especializada de Investigação de Homicídios de Juiz de Fora, detalhou a dinâmica do crime com base nas apurações e comentou sobre a conclusão do inquérito, encerrado e encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na última sexta-feira (11), com o indiciamento de dez suspeitos por homicídio qualificado (cometido por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima). 

Os denunciados com idades entre 26 a 43 anos são o filho da proprietária do estabelecimento, três seguranças da casa noturna, três produtores de shows da cidade, um empresário, um trabalhador de linha de produção e um indivíduo que trabalha com eventos. Ao todo, a Polícia Civil analisou 200 horas de filmagens, além de ouvir suspeitos e testemunhas para apurar o crime.

Com o caso em mãos, na segunda-feira (14), o MPMG denunciou todos os suspeitos à Justiça por meio da 9ª Promotoria de Justiça de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Seis denunciados responderão por participarem da ação enquanto outros quatro pela omissão imprópria – quando alguém não age como deveria para evitar um resultado. Os suspeitos podem ter uma pena que varia de 12 a 30 anos de prisão. Além da ação penal, o MPMG também requereu que seja fixada uma indenização mínima de R$ 300 mil aos familiares da vítima. Para tanto, cada um dos réus teria que pagar R$ 30 mil pelos danos morais e materiais causados.

Dinâmica do crime

Com a conclusão das investigações, a Polícia Civil pôde reconstituir o que teria acontecido na noite em que aconteceu o crime, um conflito que teve início ainda dentro do estabelecimento Madeiras Lounge e que não teria sido premeditado. As agressões teriam sido realizadas inicialmente pela vítima, conforme apurado durante as diligências.

Imagens da câmera de segurança no interior da boate revelam o momento em que um amigo da vítima desfere um tapa nas costas de um homem que, quando se vira, recebe outro tapa e algumas garrafadas de Sebastião. Logo depois, ele sai da boate e corre pelas imediações do Estádio Municipal, onde é perseguido e alcançado pelos suspeitos em uma rua próxima à casa noturna.

Ali ele é agredido, atropelado e morto. Em seguida, os suspeitos deixam o local, o proprietário do estabelecimento e três seguranças deixam o local andando e o restante vai embora de carro. Toda a ação teria durado cerca de cinco minutos. Os médicos legistas que realizaram a necrópsia não puderam afirmar qual teria sido a causa da morte – as agressões ou o atropelamento, conforme explicou a delegada. “O fato é que todas as condutas e as agressões por si só já eram possíveis de gerar a morte”. 

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