Juiz de Fora deve receber R$ 1,8 milhão para combate ao Aedes aegypti
Recurso é parte de um investimento do Governo de Minas em tecnologia para identificar, monitorar e tratar os focos e criadouros do mosquito
Juiz de Fora deverá receber cerca de R$ 1,8 milhão do Governo de Minas Gerais para investir em ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. Ao todo, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que destinará R$ 16 milhões aos municípios mineiros para a compra de equipamentos, como drones, que serão utilizados na identificação, monitoramento e tratamento dos focos e criadouros do mosquito em 2024.
Na manhã desta quarta-feira (20), o Estado divulgou que, até julho do ano que vem, serão repassados R$ 80,5 milhões aos municípios, sendo que os 47 municípios mineiros com mais de 80 mil habitantes receberão R$ 3,50 per capita, o que inclui Juiz de Fora. A cidade tem, atualmente, 540.756 habitantes, de acordo com o Censo 2022. As 71 cidades com população entre 30 mil e 80 mil receberão o aporte de R$ 2 per capita. E, cada um dos 735 municípios do estado com até 30 mil habitantes, receberá R$ 50 mil.
“A palavra que resume nosso trabalho esse ano é inovação. Fizemos um grande investimento para agregar tecnologia ao combate do Aedes, por meio dos drones, que vão percorrer todo o estado e identificar locais com água parada e ainda disseminar larvicida para diminuir a circulação do mosquito”, afirmou o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi.
Em nota, a Prefeitura de Juiz de Fora informou que “os valores repassados pelo Estado correspondem ao repasse anual para custeio das ações em vigilância em saúde, não sendo nenhum valor extraordinário ou nova remessa”.
Biofábrica quer reduzir transmissão das doenças
Além do investimento em tecnologia, o Estado informou que conta com a construção da biofábrica e implementação do Método Wolbachia para controle de arboviroses. O projeto prevê a produção de cerca de dois milhões de mosquitos com a bactéria Wolbachia, que serão soltos no ambiente para se reproduzirem com os Aedes aegypti e estabelecer uma população com Wolbachia. Segundo a Fiocruz Minas, esses insetos não são transgênicos, não transmitem doenças e ajudam no controle das arboviroses.
As obras são executadas pela Vale S.A, como parte do Acordo Judicial assinado pelo Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais, Ministério Público Federal, Defensoria Pública de Minas Gerais e a mineradora, que visa reparar os danos decorrentes do rompimento das barragens em Brumadinho. Além de construir, equipar e mobiliar a unidade, a Vale S.A vai custear seu funcionamento por cinco anos, contados a partir da licença de operação, com investimento total de cerca de R$ 77 milhões.
Além disso, a SES-MG anunciou em novembro a criação da Política Estadual para Vigilância, Prevenção e Controle das Arboviroses, que faz parte de um conjunto de ações adotadas para prevenir e controlar a ocorrência dessas endemias na população e garantir o acesso a serviços de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). A pasta estadual também criou o Plano Estadual de Contingência para Enfrentamento das Arboviroses (PEC-Arbo) com foco em dengue, chikungunya, zika e febre amarela, para o período de dezembro de 2023 a novembro de 2025.
O subsecretário Eduardo Prosdocim ressalta que a população deve ter participação ativa e fazer a sua parte no combate ao mosquito. “É fundamental que todos os mineiros atuem no combate ao mosquito Aedes aegypti, verificando sempre se existe algum local acumulando água em sua residência, em lotes vagos, no trabalho ou na rua e eliminar esses focos. Lembrando que, ao surgirem sintomas como manchas pelo corpo, dores e febre, deve-se procurar imediatamente a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, para receber o tratamento correto”, alerta.
Cidades em situação de alerta
O último Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LirAa), realizado entre outubro e novembro, mostrou que 380 municípios mineiros estão em situação de alerta e 82 estão em situação de risco. No entanto, 359 cidades apresentaram o Índice de Infestação Predial pelo Aedes (IIP) igual ou menor que 0,9 e, por isso, receberam a classificação satisfatória, indicando que eles estão em situação de baixo risco de transmissão de arboviroses. Os dados foram enviados por 821 municípios. As ações de controle das doenças são elaboradas de acordo com os resultados do LIRAa.
Em Juiz de Fora, o último levantamento apontou que o município registrou índice de infestação de 3,2. Este número é classificado como de “médio risco” pelo Ministério da Saúde. De acordo com a PJF, a maioria dos focos ainda está dentro das residências. O tipo de depósito mais frequente foi identificado em banheiros/vasos sanitários em desuso, pneus, lixos, ralos, vasos/frascos com água, pratos, garrafas retornáveis, considerados como depósitos móveis. Em seguida, foram identificados focos em obras, calhas e estruturas abandonadas ou em desuso.