Festas juninas: economia em chamas e quitutes salgados

Por Conjuntura e Mercados

As Festas Juninas, consideradas um dos principais eventos culturais do Brasil, assumem um papel de extrema importância para a economia do país. Neste ano, espera-se que essas festividades atinjam um dos maiores índices de movimentação econômica e público dos últimos anos. Segundo dados divulgados pelo Ministério do Turismo, estima-se que as celebrações em honra aos santos Antônio, João e Pedro mobilizem mais de 26,2 milhões de pessoas e gerem uma arrecadação de cerca de R$ 6 bilhões em todo o país. Esse montante representa um aumento de 76% em relação aos “arraiás” do ano passado, quando foram gerados mais de R$ 3,4 bilhões em retorno financeiro.

No entanto, por trás do brilho e da animação das festas, há um desafio econômico. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), os preços dos ingredientes utilizados no preparo dos principais pratos e quitutes tradicionais desse período aumentaram, em média, 11,41% nos últimos 12 meses. No mesmo período de alta dos produtos juninos, o IPCA-15, índice considerado uma prévia da inflação oficial, acumulou um aumento de 4,07%.

Os produtos juninos vêm sofrendo aumentos consecutivos ao longo dos anos, seja devido à entressafra, à alta do dólar, à guerra na Ucrânia ou à própria inflação. Os festejos são impactados pela instabilidade econômica, e essa realidade não é algo recente. Em 2022, por exemplo, os produtos típicos tiveram um aumento de 15,29%, com destaque para o fubá e o milho, que subiram 41%. Embora esse ano o aumento tenha sido menor, ainda está consideravelmente acima da inflação.

O levantamento realizado pela FGV considerou 27 alimentos, entre eles o fubá de milho, que foi o campeão em aumento de preço, com um crescimento de 42,48% em apenas um ano. A farinha de mandioca também não ficou muito atrás, registrando um aumento de 38%. Na sequência, aparecem o milho em conserva (34,59%), o milho de pipoca (34,15%) e a batata doce (32,11%). Até mesmo a maçã do amor não escapou, apresentando um aumento de 14,61%. Já os ovos subiram quase 30% em um ano. Por outro lado, houve uma redução no preço do açúcar refinado, que caiu 2,16%. As receitas de bolo de mandioca, curau de milho e milho branco foram as responsáveis pelos aumentos registrados na pesquisa.

É importante ressaltar que alguns itens são influenciados pelas cotações internacionais e têm seu valor atrelado aos preços internacionais. Apesar dos desafios econômicos, as festas juninas continuam sendo celebradas e apreciadas em todo o país, representando uma importante tradição cultural. Os impactos positivos na economia, como geração de empregos temporários, aumento do turismo interno e impulsionamento do comércio local, são evidentes. As festividades também promovem a preservação das raízes culturais brasileiras e fortalecem os laços comunitários.

Por Maria Clara Mazzini, Kariny Costa, Jamaika Prado, Weslem Faria

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