Mineração em queda livre: desafios e estratégias para reerguer o setor mineral brasileiro

Por Ítalo Bellozi, Maria Clara Mazzini, Jamaika Prado e Weslem Faria

O setor mineral é uma das principais forças impulsionadoras da economia brasileira e desempenha papel importante no cenário global. No último ano, a produção mineral do Brasil alcançou valor de US$ 48 bilhões, representando 12% das exportações totais do país, o equivalente a US$ 41,67 bilhões. Além disso, o saldo mineral brasileiro em 2022 representou 40% do saldo total do país, aponta o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).

No entanto, o primeiro trimestre de 2023 trouxe desafios significativos para a indústria da mineração. Seus principais indicadores, como faturamento, recolhimento de encargos e tributos, exportações e saldo mineral, sofreram uma queda preocupante. O setor também teve que enfrentar o desafio de assimilar novos custos impostos por governos estaduais e municipais, que introduziram uma série de taxas adicionais sobre a mineração, comprometendo sua competitividade.

Ao comparar os resultados do primeiro trimestre com os do quarto trimestre de 2022, observa-se uma queda no faturamento de R$ 61 bilhões para R$ 54,6 bilhões (-10,5%), enquanto a arrecadação de tributos e royalties (CFEM) diminuiu de R$ 21 bilhões para R$ 18,8 bilhões (-10,5%). O saldo mineral também registrou um declínio, caindo de US$ 6,64 bilhões para US$ 6,32 bilhões (-5%), devido ao aumento das importações, que passaram de US$ 2,58 bilhões para US$ 2,88 bilhões (+12%), e à ligeira queda nas exportações minerais. No entanto, a queda nas exportações em dólares não foi mais significativa graças à recuperação dos preços do minério de ferro (+26,6%), que é o principal item exportado pelo Brasil. Em termos de volume, as exportações minerais tiveram uma redução de 15,3%.

Entre os estados com produção mineral relevante, apenas a Bahia registrou aumento no faturamento, passando de R$ 2,4 bilhões para R$ 2,6 bilhões, um crescimento de cerca de 8%. Por outro lado, Mato Grosso (-18%), Minas Gerais (-15%) e Pará (-12%) enfrentaram as maiores quedas. Em relação ao emprego, o setor apresentou um declínio no número de vagas, passando de 204,6 mil para 201 mil empregos diretos, de acordo com o novo Caged.

Diante desse panorama desafiador, o setor mineral busca estratégias para reerguer-se e retomar o crescimento. O setor pretende aportar US$ 50 bilhões no Brasil no período de 2023 a 2027, com foco em projetos que apresentaram incrementos significativos em investimento. Destacam-se os projetos de cobre (+255%), níquel (+60%) e minério de ferro (+24%), que demonstram o potencial de recuperação e expansão do setor.

 

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