Desemprego no primeiro trimestre de 2023: como anda o mercado de trabalho?

Por Conjuntura e Mercados

A taxa de desemprego no Brasil passou de 7,9% no último trimestre de 2022 para 8,8% no primeiro trimestre de 2023. Esse dado foi divulgado no final do mês de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. A pesquisa, cuja periodicidade é trimestral, compila dados e características do mercado de trabalho, tais como grau de formalidade e distribuição em idade e gênero. O mercado de trabalho geralmente é marcado por sazonalidades. Os três primeiros meses do ano tendem a apresentar retração da quantidade de ocupados no país e neste ano não foi diferente. Contudo, a taxa de desocupados no primeiro trimestre de 2023 (8,8%) é a menor para o período desde 2015, quando foi de 8%. O número total de pessoas procurando emprego foi de 9,4 milhões, enquanto a quantidade de ocupados foi de 97,8 milhões de pessoas, uma queda de 1,5 milhões em relação ao último resultado apresentado.
Em termos percentuais, a população em idade ativa reduziu-se de 57,2% para 56,1%. Embora a redução no nível de emprego tenha ocorrido, ele encontra-se maior em relação ao mesmo período de 2022. No setor privado, o número de empregados com carteira assinada manteve-se estável e a taxa de informalidade foi de 39% da população ocupada, ou seja, 38,1 milhões de trabalhadores informais contra 38,8% no trimestre anterior e 40,1% no mesmo trimestre do ano anterior.
Os setores com maiores taxas de desemprego foram agricultura, com queda de 2,4% (201 mil pessoas) no total de trabalhadores; construção, 2,9% a menos do que no período anterior (215 mil pessoas); e comércio, com uma redução de 1,5% (294 mil pessoas). Por fim, observa-se um crescimento nos rendimentos reais na comparação ano a ano, com valores 7,4% maiores do que no período anterior, atingindo uma média de R$ 2.800. As duas categorias com maior destaque foram: comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com aumento de 3,5%, equivalente a R$ 82; e serviços domésticos, com um acréscimo de 1,9%, o que equivale a R$ 21.
Dessa forma, o trimestre inicial do ano de 2023 apresentou pequeno aumento do nível de desemprego. Entretanto, quando realizada uma comparação com o mesmo período de outros anos (2016-2022), verifica-se que a taxa está em melhores condições, principalmente em relação à pandemia, momento em que o desemprego no Brasil atingiu montante recorde (14,9%). Caso os dados sigam a tendência da sazonalidade, é provável que a quantidade de empregados no país volte a aumentar ao longo do ano.
Por: Gustavo Andrade, Pedro Vidigal, Jefferson Pereira e Weslem Faria
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