A retomada do turismo ganhou um novo fôlego em 2022, após um longo período de restrições devido à pandemia de Covid-19. O segmento representa cerca de 8,1% do PIB brasileiro e é responsável por cerca de sete milhões de empregos em todo o país. Para captar a percepção dos empresários quanto ao desempenho e à perspectiva de seus estabelecimentos e de seus destinos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza a Pesquisa de Sondagem Empresarial anualmente entre os meses de julho e agosto.
A pesquisa mostrou que esse segmento finalizou o primeiro semestre do ano passado com uma percepção de aumento do faturamento de 45,9%. No segundo semestre, 67,7% dos empresários entrevistados disseram esperar um aumento de seus faturamentos, enquanto 71,5% dos funcionários esperavam um aumento da demanda pelos seus serviços.
Entretanto, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, apenas 19,9% dos empresários do ramo afirmam ter aumentado o número de contratações nos primeiros seis meses do ano. No segundo semestre, a pesquisa destaca que o índice de receita nominal das atividades turísticas apresentou um aumento acumulado de apenas 5,5% entre os meses de julho a novembro, enquanto o índice de volume das atividades turísticas subiu no acumulado do mesmo período apenas 0,2%. Mesmo com um cenário mais tímido, se comparado com os mesmos períodos de 2021, a variação acumulada em 12 meses (de dezembro até novembro) do índice de receita nominal foi de 50,9%. A variação do índice de volume das atividades turísticas foi de 32%.
Sobre as expectativas para o ano de 2023, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta um cenário positivo para o setor, que estima alta de 2,9% para o ano de 2023. A principal justificativa para essa estimativa seria a existência de uma demanda reprimida derivada das restrições ao Covid-19, que, ao longo dos últimos anos, prejudicou o fluxo de turistas internacionais, como foi o caso da China, que apenas relaxou suas políticas restritivas no final de 2022. Além disso, quando observado o contexto nacional, o fluxo de aeronaves nos dez principais aeroportos do país ainda é 6% menor do que em fevereiro de 2020.
As expectativas positivas quanto ao ano que se inicia se dão também pela quantidade de feriados prolongados, como é o caso do Dia da Independência e Finados, que devem fortalecer as viagens dentro do território nacional. De acordo com a CNC, feriados desse tipo tendem a injetar cerca de 2,1% no volume anual de receitas no setor e com isso espera-se um impacto positivo de R$ 74,3 bilhões na receita real de atividades turísticas, maior valor desde 2018.