Desde a antiguidade, o trabalho é uma função desempenhada pelos humanos em diferentes setores com a finalidade de atender às necessidades da sociedade e assim manter a economia ativa. Ao longo dos séculos, os valores dos empregos foram se adaptando a sua determinada época e, juntamente, foram aparecendo problemas relativos à sua área, com destaque para o desemprego, que assola muitos lugares na contemporaneidade. A análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) contínua, do IBGE, mostra que a taxa de desemprego no Brasil está caindo ao longo de 2022.
Os dados da PNAD para o terceiro trimestre de 2022 revelam, também, indícios de recuperação do mercado de trabalho em todas as grandes regiões brasileiras. No comparativo entre as distribuições percentuais de pessoas ocupadas no segundo e terceiro trimestres de 2022, recebem destaque o Norte e o Nordeste com as maiores variações relativas (ambas com aumento de 0,7 p.p. no número de ocupados). Este padrão de aumento pode ser reflexo, em partes, da recuperação do mercado de trabalho dessas duas regiões no contexto pós-pandemia, em função de terem sofrido relativamente mais (quem perde mais, tem mais o que recuperar).
Dentre as demais regiões, a com a menor variação na taxa de ocupação inter-trimestre foi o Sul (aumento de 0,4 p.p.). Ao se comparar o terceiro trimestre de 2021 com o mesmo período em 2022, tem-se que as maiores variações são para as regiões Sudeste (aumento de 4,4 p.p.) e Nordeste (aumento de 4,3 p.p.). Assim, as taxas de desocupação se distribuíram para as regiões com as respectivas taxas percentuais, Sul (5,2%), Centro-Oeste (6,5%) e Norte (8,2%), que ficaram abaixo da taxa brasileira (8,7%) no terceiro trimestre deste ano. Na região Sudeste, a taxa foi a mesma que a brasileira, enquanto, no Nordeste (12%), a taxa ficou maior que a do país.
Uma análise geral de todas as macrorregiões mostra que, na média, os setores que tiveram maiores variações no número de contratações no comparativo entre o terceiro trimestre de 2022 e o mesmo período em 2021 foram “administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”, “outros serviços” e “serviços domésticos”. Tal resultado reforça o argumento do aumento das contratações como resposta ao afrouxamento das medidas restritivas impostas no período pandêmico, aliada à recuperação econômica.
É fundamental ressaltar que, mesmo com a redução na taxa de desocupação, alguns grupos apresentam taxas de desocupação acima da média nacional (8,7%). Tendo como comparação principalmente as divergentes taxas entre homens (6,9%) e mulheres (11%), mostrando a perpetuação da desigualdade de gênero nas contratações. Além disso, com relação à taxa de desemprego por nível de instrução, tem-se que, no Brasil, a taxa de desocupação para pessoas com ensino médio ou superior incompletos é maior do que a taxa brasileira, enquanto a taxa para pessoas com ensino superior completo se mostrou bem abaixo da taxa do país no terceiro trimestre. O comparativo de raças mostra que o desemprego para pessoas brancas ficou abaixo da média nacional, enquanto o mesmo indicador para pretos e pardos se mostrou bem acima do nível nacional. Sendo assim, torna-se não apenas importante refletirmos sobre as questões regionais ou setoriais sobre o desemprego, mas também, as questões culturais e históricas.