Números referentes ao crescimento das regiões brasileiras no segundo trimestre deste ano foram divulgados em setembro pelo Banco Central, por meio do Boletim Regional. O resultado mais surpreendente se deu no Sudeste. Diferentemente das outras regiões, que mostraram uma expansão entre abril e julho de 2022, essa região teve desempenho praticamente estável nesse período.
O Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) do Sudeste ficou em -0,1%, puxado pela retração de 0,5% da economia de São Paulo. Os outros estados da região tiveram expansão, principalmente Minas Gerais, que cresceu 1,5%. Portanto, a queda na região ocorreu devido ao fato de que São Paulo tem maior peso na composição regional. O principal motivo apontado pelo boletim para esse desempenho da região foi a desaceleração das vendas do comércio. Outros fatores como a retração nas atividades mais sensíveis ao crédito e a elevação da taxa de juros como material de construção, veículos, motocicletas, móveis e eletrodomésticos podem ter contribuído para esse resultado. No acumulado dos últimos 12 meses, a região apresentou crescimento de 2,6%.
As demais regiões do Brasil apresentaram crescimento econômico positivo em relação ao primeiro trimestre de 2022. De acordo com o boletim, o Sul cresceu 2,8% e no acumulado dos últimos 12 meses, sendo a região com menor crescimento dentre as regiões brasileiras (1%).
Ainda de acordo com o boletim, a região Norte apresentou uma variação positiva de 1,5% e soma, no acumulado dos últimos 12 meses, um aumento igual a 1,7%. O IBCR da região Nordeste registrou um aumento de 1% no segundo trimestre e 3,5% no acumulado dos últimos 12 meses. O Centro-Oeste apresentou crescimento de 1% no segundo trimestre e, no acumulado do ano, 4,6%, maior valor dentre as regiões. De forma geral, as atividades relacionadas ao setor de serviços, como serviços prestados às famílias e às empresas, são aquelas que têm impulsionado o crescimento dessas regiões brasileiras.
Portanto, o crescimento econômico tem ocorrido no Brasil, ainda de forma tímida e não- homogênea ao longo do território do país. Isso pode estar ocorrendo como consequência das políticas temporárias de apoio à renda, que acabam aumentando a demanda agregada da economia no curto prazo. No entanto, medidas efetivas e políticas de promoção consistente do crescimento devem ser tomadas pelo governo.