Na sexta-feira (29) foram divulgados dados da PNAD Contínua – conduzida pelo IBGE – que mostram que a taxa de desemprego no Brasil foi de 9,3% no trimestre fechado em junho, representando uma queda de 1,8 ponto percentual quando comparada ao trimestre anterior. O índice é o menor desde 2015.
Este movimento foi reflexo do aumento do número de trabalhadores informais, que alcançou 39,3 milhões de pessoas. Este número engloba trabalhadores sem carteira assinada e empregadores de conta própria sem CNPJ, dentre outros. O IBGE afirma que o crescimento é decorrente do aumento de demanda por atividades do setor de serviço, que foi impactado pelo isolamento pandêmico. Houve um crescimento de 6,8% dos empregados sem carteira no setor privado e de 4,3% dos trabalhadores por conta própria no último ano.
Tiveram destaque, com expansão neste período em relação ao trimestre anterior, os seguintes setores: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (4,5%); serviços domésticos (4%); construção (3,8%); comércio (3,4%); atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3%); e indústria (2,7%).
O rendimento médio dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.652. Em termos nominais (sem efeito da inflação), houve alta de 6,2% em um ano (havia sido estimado em R$ 2.498 no segundo trimestre de 2021). Em termos reais, no entanto, ele apresenta queda de 5,1% no mesmo período. Foi a primeira vez, desde o primeiro trimestre do ano passado, que houve aumento significativo do rendimento nominal no país. Todavia, a pressão inflacionária fez esse aumento desaparecer.
Assim, o recuo do desemprego no país no segundo trimestre pode ajudar no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Isso acontece porque grande parte da massa de rendimento desses novos empregos deve virar consumo, já que cerca de dois terços do valor do PIB brasileiro é referente ao valor do consumo das famílias.