Não é difícil perceber que, cada vez mais, o Brasil vem travando uma batalha contra os problemas ocasionados pela inflação. Seja nos alimentos ou em outros setores, o aumento nos preços foi significativo e um produto em específico tem chamado a atenção: o combustível. Em 2021, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), os combustíveis sofreram aumento nos preços de 44% em média.
Para o ano de 2022, as perspectivas com relação ao valor dos combustíveis não são boas. Os últimos ajustes de preços feitos pela Petrobras foram de 18,8% para a gasolina e 24,9% para o diesel. Em média, de acordo com a ANP, o preço do litro da gasolina chegou a R$ 7,22 e do litro do diesel a R$ 6,56 na última quinzena de março. Em Minas Gerais, os valores médios foram de R$ 7,53 (gasolina) e R$ 6,54 (diesel).
No início do ano, o barril de petróleo era negociado a 78,25 dólares, atualmente, se encontra a US$102, uma variação de 30,35% refletindo, em parte, a recuperação da economia global após as restrições impostas pela pandemia. Há de se destacar também que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia tem exercido um peso considerável no custo do barril.
Além dos fatores externos que contribuem para a alta do preço dos combustíveis, também existem os custos da cadeia de comercialização dos combustíveis, como os lucros do produtor ou do importador, os custos do etanol anidro (utilizado na produção de gasolina) e do biodiesel (utilizado na produção do diesel), além das margens de lucro do distribuidor e revendedor e impostos como o ICMS, a Cofins e a Cide.
E, ainda há a possibilidade de que, em nível nacional, os efeitos da instabilidade política e a chegada das eleições também contribuam para uma nova trajetória de desvalorização do Real frente ao dólar, o que reforçaria ainda mais a elevação do preço do petróleo, visto que as negociações da commodity são feitas na moeda americana.
Como resultado, é nítido o quão importante os combustíveis são para a economia brasileira e a população de modo geral, impactando diretamente em diversos setores e no poder de compra dos brasileiros. Além de reduzir a mobilidade urbana, tanto do transporte público como do individual, fazendo com que os combustíveis se tornem um artigo de luxo para grande parte dos brasileiros.