Licença de Juninho é oficializada, e Tiquinho assume a presidência do Tupi
Sucessão por ordem estatutária leva o vice-presidente Eloísio Pereira ao comando do Executivo carijó
José Luiz Mauler Júnior, o Juninho, está oficialmente de licença da presidência do Tupi por 90 dias e, em seu lugar, a partir desta segunda-feira (4), Eloísio Pereira de Siqueira, também conhecido como Tiquinho, assume a função até o próximo dia 4 de janeiro. A informação foi confirmada à Tribuna pelo mandatário do Conselho Deliberativo alvinegro, Jarbas Raphael da Cruz.
“A carta chegou em minhas mãos às 8h35, para ser preciso. A partir disso, entendo que a sucessão é automática, com o vice-presidente assumindo, como prevê o estatuto”, ratifica Jarbas.
Tiquinho, 44 anos, era vice-presidente financeiro do Tupi após a chapa liderada por Juninho vencer o último pleito. No entanto, com a saída de Edemir Miranda, o Alemão, da vice-presidência executiva do clube, Eloísio Pereira herdou a função.
A reportagem entrou em contato com Tiquinho na tarde desta segunda-feira, que afirmou estar no clube, com funcionários, se inteirando dos detalhes da agremiação para que, depois, respondesse questionamentos da imprensa. “Quero que tudo seja muito aberto e vou dar toda a atenção para vocês”, antecipou.
Extensão do mandato
Ainda no documento escrito por Juninho, que confirma o pedido de licenciamento, ele afirma que irá abrir mão da extensão de seu mandato obtida em assembleia extraordinária do Conselho Deliberativo. O chefe do Executivo teve prorrogação do comando, do triênio 2020-2022 até o fim de 2023, confirmada em decisão unânime dos associados em abril. A informação também foi confirmada à Tribuna por Jarbas Raphael.
No entanto, o presidente do Conselho ainda irá estudar os próximos passos. “Entendo que tenho que dar uma analisada ainda, consultar o estatuto para, depois, ter um posicionamento oficial sobre a decisão.” Questionado se via necessidade de uma nova convocação de encontro para debater as possibilidades, agora diante de um novo gestor à frente do Executivo, Jarbas reiterou a necessidade de um suporte jurídico. “Vou conversar primeiro com um advogado, e diante do estatuto tomar uma decisão.”
O afastamento
Juninho foi preso em flagrante no último dia 13 por porte de armas de fogo sem registro, após cumprimento de mandado de busca e apreensão da Polícia Civil na casa do presidente carijó, como parte das investigações que foram iniciadas com foco na gestão da base do clube, mas avançaram para a administração geral da centenária agremiação.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais concedeu alvará de soltura à Juninho mediante o cumprimento de medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar diário, entre 18h e 6h, o comparecimento mensal em juízo “para justificar atividades”, e a proibição de se ausentar de Juiz de Fora sem pedido escrito do advogado e autorização do juiz.
Diante deste cenário, Juninho optou por solicitar sua licença do cargo no período de 90 dias.
Clube endividado
Na última semana, a Tribuna destrinchou, em reportagem, parte da dívida carijó. A direção do clube estima o passivo total em mais de R$ 10 milhões, sendo que R$ 2,5 milhões são referentes apenas a dívidas trabalhistas, detalhadas pelo jornal. Entre os mais de cem processos que envolvem o alvinegro, ao menos 11 requerem a penhora de algum imóvel da centenária agremiação.
A possibilidade de novas vendas ou permutas tem sido discutida pela cúpula como a principal forma, até o momento, de equacionar os passivos do clube juiz-forano.
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