Polícia Federal faz buscas contra Sérgio Reis e deputado Otoni de Paula

Aliados do presidente Jair Bolsonaro são suspeitos de “incitar a população a praticar atos violentos contra a democracia”


Por Agência Estado

20/08/2021 às 11h15

A Polícia Federal (PF) faz buscas na manhã desta sexta-feira (20) contra o deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ) e o cantor Sérgio Reis. As ordens foram expedidas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-Geral da República. De acordo com a PF, o objetivo das medidas “é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.

A investigação está relacionada à promessa de greve nacional de caminhoneiros, feita em áudio e vídeo atribuídos a Sérgio Reis. De acordo com o cantor, aliado do presidente Jair Bolsonaro, o ato seria contra os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal. Lideranças dos caminhoneiros afirmam que o artista não os representa. Ao todo, 29 mandados de busca e apreensão são cumpridos pela PF no âmbito das investigações, abertas na segunda-feira (16). De acordo com a corporação, as diligências são realizadas no Distrito Federal e nos Estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e Paraná.

Otoni de Paula comentou as buscas realizadas em sua casa. Em “live” realizada nas redes sociais pela manhã, ele indicou que foi intimado a comparecer à Polícia Federal para prestar depoimento. Ele chamou Moraes de “tirano” e garantiu que manterá a sua postura, considerada suspeita de incitar atos contra a democracia.

Durante a transmissão ao vivo, o deputado afirmou que a Polícia Federal apreendeu um celular e um notebook em sua casa e entregou a ele uma intimação de comparecimento à instituição para prestar depoimento. Otoni de Paula também levantou a possibilidade de ser preso. “Estamos vivendo em estado de exceção no Brasil. Portanto, você pode ser preso”, disse. “Mas não temos medo da tirania, seja ela de quem for, inclusive do senhor tirano ministro Alexandre de Moraes. Que postura antidemocrática que vossa excelência tem tido”, disparou.

Ofensas

O deputado bolsonarista já foi denunciado por difamação, injúria e coação contra o ministro do STF em razão de vídeos em que chamou Alexandre de “déspota”, “lixo” e “esgoto do STF”. Além de ser alvo de tal processo, no âmbito criminal, Otoni foi condenado a indenizar o ministro do STF em R$ 70 mil em razão de ataques nas redes sociais em que chamou Alexandre de “cabeça de ovo” e “cabeça de piroca”.

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