Você sente saudade de ir a algum botequim? Imagino que sim! Afinal, nessa pandemia nos tornamos mais reclusos, passamos a ser mais cuidadosos e a temer pela nossa saúde e pelo bem-estar dos que nos cercam, e isso resultou, consequentemente, em uma ausência aos balcões dos bares da cidade, potencializada ainda pelas ondas e decretos que tornaram um enigma saber se era possível ir ao bar tomar uma cerveja, em que horário isso nos seria permitido, se poderíamos ficar em pé ou sentados, com música ou sem. No final desta equação de difícil resultado, muitos de nós optamos por ficar em casa e utilizar o recurso do delivery.
Mas aí veio a saudade batendo forte: queremos assistir ao tira-gosto fresquinho chegando na estufa, ter o copo preenchido com cuidado com a cerveja que não pode entornar, receber aquela dose generosa de cachaça – “vai de branca ou amarela?” – e, por fim, a coisa mais bacana que ir ao bar proporciona: aquela conversa despretensiosa e cheia de causos e risadas com o dono do bar e outros clientes, que transcendem a relação comercial e que nos tornam bons amigos naquele momento.
E se há um lugar em que isso acontece sempre, pela atitude acolhedora de seu dono, é o Caminho da Roça, do Léo Belline. Ele sempre se alterna entre a cozinha, o caixa, o atendimento e, o melhor, a conversa com seus clientes. A situação acontece naturalmente: ele solta um assunto no ar, que pode ser futebol, comida, bebida ou tudo mais que nós gostarmos de debater e conversar, e dali rola a interação entre ele e seus clientes, que seguem conversando sem notar que, de repente, o Léo já foi pra cozinha buscar um tira-gosto ou repor uma cerveja na mesa ao lado. Ainda assim, a conversa flui naturalmente e faz a gente se sentir como se estivéssemos na sala de nossa casa.
Mas, como disse nos parágrafos iniciais, a casa deu uma esvaziada, e estamos sentindo falta dessa conversa fiada – o único fiado possível no bar – e o Léo está tão saudoso quanto nós dessas visitas de amigos e clientes, para o bate-papo, para o torresmo, para a cerveja que “insiste” em sair da geladeira trincando.
Estive lá essa semana, e mesmo sem abraços e numa conversa com máscara no rosto, falamos de assuntos como: Malt 90, vacina, saudades da mãe, praia, feijoada, Bloco da Imprensa, do que passou e do que há por vir… Tudo regado a cerveja e por torresmo, um dos melhores de Juiz de Fora. Um frango frito, herança do almoço, ainda apareceu na mesa, junto à explicação de que o cardápio do almoço segue firme e saboroso, com a feijoada de sábado sendo a mais pedida da semana, e que os petiscos do bar se alternam dia a dia, mas com os clássicos sempre presentes, como o torresmo que todos gostam.
E assim conversamos, e diminuiu um pouco aquele sentimento de saudade, embora no teor da conversa outros tantos amigos em comum, clientes do bar, foram lembrados com carinho, pois também estão um tanto sumidos do Caminho da Roça, mas mantemos a esperança de que eles estejam bem e que logo engrossem as conversas do salão com seus pitacos, causos e boas risadas também.
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