Deu a louca no Tupi
Uma divergência aloprada encerrou vínculos com membros da comissão técnica, oito jogadores e até mesmo com o técnico luso-brasileiro Anderson Florentino. Nem loucura, nem piada de português, mas, sim, a realidade nua e crua no Salles Oliveira
Dias desses parei para pensar no quão louco está o mundo. Das situações mais sérias às mais nonsenses. Da saúde pública às situações do cotidiano. Uma peste matando e paralisando toda a humanidade; um serial killer fugindo, sozinho, de quase 300 policiais há 15 dias, no DF; Fausto Silva deixando a Globo, algo inimaginável para pessoas da minha geração, que aprenderam que domingo e Faustão eram sinônimos.
Tanta vertigem que até o esporte fica insano. Ou alguém acha normal ver vazios estádios e arenas, projetados para serem lotados pelo público? Ver a amarelinha, amada pelo brasileiro, viver um relacionamento estremecido com parte de sua nação? Meu querido Flamengo, quem diria, acostumado a crises, agora entre os soberanos da América? Situações que nem Raul, na sua loucura real, entenderia.
Claro que tamanhas maluquices estão elencadas aqui em tom jocoso. Mas viremos a chave, leitores.
Afinal, a loucura chegou também à nossa Manchester e ao Tupi. E de um jeito mais grave. Não bastassem as recentes denúncias sobre as duvidosas condutas nas categorias de base, Tupirados e demais apaixonados pelo clube juiz-forano tentam não acreditar no mais recente episódio envolvendo o Alvinegro de Santa Terezinha. A menos de duas semanas para a estreia no Módulo II do Mineiro, aquela agremiação que, por algumas temporadas passadas, virava e mexia terminava entre as quatro primeiras na divisão principal agora ainda nem tem um elenco definido para a estreia no Estadual. Uma divergência aloprada, que encerrou vínculos com membros da comissão técnica, oito jogadores e até mesmo com o técnico luso-brasileiro Anderson Florentino nesta semana. Nem loucura, nem piada de português, mas, sim, a realidade nua e crua no Salles Oliveira.
Rafael Novaes, ex-Pérolas Negras, aquele projeto muito bacana desenvolvido com jovens do Haiti, terá que ser muito lúcido para não entrar em surto coletivo. E acaba que, em parafuso, o Carijó ameaça a sanidade não só de si, mas de toda uma rede a sua volta.
Sem rumo, coloca em xeque a credibilidade dos que se dizem aptos para conduzir projetos de forma transparente, planejada e profissional da cidade. E aí não há louco que queira investir no esporte dessa forma. Nem de brincadeira. Ainda mais em tempos tão estranhos.
Tópicos: coronavírus