Com quase um ano de convivência com o coronavírus, entre idas e vindas de restrições, diversos tipos de negócios tiveram que se adaptar a essa nova circunstância, desde a grande indústria até o pequeno empreendedor. Nesse período, a incerteza ganhou força, o que derrubou a confiança de empresários de vários setores e dificultou a realização de investimentos. Contudo, mesmo com o ano de 2021 ainda repleto de dúvidas acerca dos rumos que a economia brasileira tomará, algumas indústrias parecem surfar contra a onda ao planejar investimentos para o ano.
Como já era esperado, segundo a pesquisa de investimentos na indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o nível de investimento das grandes indústrias caiu em 2020 justamente por efeitos gerados pela pandemia do coronavírus, como: a redução da demanda de produtos industriais, o comportamento do câmbio e o aumento dos custos.
Sendo assim, em 2020, 69% das grandes indústrias pesquisadas pela CNI investiram durante o ano. Tal número só não é menor que o de 2016 (64%) – ano de crise econômica e política.
Quando se trata de investimento para empresas, um ambiente de estabilidade econômica auxilia nas projeções e diminui o risco do investimento – o que aumenta as chances de sua realização. Contudo, por que as empresas investiriam mesmo em um ano que já começa afetado pelo coronavírus?
O percentual de empresas de grande porte que buscam investir neste ano é de 82%. Apesar de representar uma queda de 2 pontos percentuais, o cenário em que o país se encontra é muito diferente. No início do ano anterior, não eram previsíveis a pandemia e as suas consequências, enquanto nesse ano as expectativas acerca da vacinação ainda não chegaram ao patamar ideal.
Além disso, o investimento pretendido pelas companhias é um pouco diferente do usual. Segundos dados da CNI, o ano de 2021 terá um foco maior no equilíbrio entre a atuação no mercado interno e externo. Em comparação com 2011, por exemplo, 50% das empresas buscavam investimentos principalmente no mercado interno, enquanto no exterior eram apenas 26%.
Com as mudanças nas perspectivas, em 2021, 33% das empresas querem expandir a atuação em ambas as frentes. Isso mostra o quanto a indústria precisa se reinventar e buscar sempre aproveitar as novas oportunidades. Essa ampliação dos horizontes representa bem o quanto o mercado está em busca de melhores resultados, maiores produções, maior geração de emprego e também a tentativa de uma melhora econômica.