‘A cultura e a equilibrista’

Por Por Débora Mendonça e Mariana Curbani

Cinemas, teatros, shows, circos, museus e festivais. Ao imaginar qualquer ambiente cultural, é possível detectar um elemento comum e essencial a todos: o público. Entretanto, o público não pode mais estar presente nas acomodações desses espaços, em decorrência da crise sanitária e das medidas de distanciamento social adotadas com o objetivo de impedir que o vírus seja transmitido.

A economia criativa, que engloba atividades relacionadas a arquitetura, moda, comunicação, cinema, música e design, representa um setor fundamental para o país, tanto pelo lado do enriquecimento cultural quanto por seu impacto na economia brasileira. Segundo o Mapeamento da Indústria Criativa do Brasil, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o setor corresponde a 2,64% do PIB, sendo responsável por 4,9 milhões de postos de trabalho.

De acordo com o levantamento do Ministério da Economia, realizado no mês de setembro, o impacto da pandemia para o setor cultural é especialmente grave, já que as atividades seguem a tendência de serem as últimas a retornarem à normalidade. A gravidade do cenário em que se encontra a economia criativa pôde ser observada com a análise dos resultados preliminares da Pesquisa Nacional “Percepção dos Impactos da COVID-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil’’, a qual apontou o campo cultural como o setor mais influenciado pelos efeitos da pandemia.

A maioria das organizações pesquisadas (61,42%) já possui pelo menos cinco anos de atuação no setor. Entre as pesquisadas, 44,4% relataram que perderam totalmente a receita no período de maio a julho de 2020, o que fez com que, durante o mesmo período, não houvesse contratações de serviços de terceiros. Para o próximo semestre, as organizações pesquisadas continuam a projetar um desempenho negativo e a não-alteração do cenário.

Todavia, mesmo com um cenário repleto de desafios, as diversas formas de disseminação da cultura brasileira têm sido alteradas. Com a maioria das atividades presenciais suspensas, profissionais que possuem a cultura como principal fonte de renda migraram para os meios virtuais. Segundo dados da plataforma digital YouTube, a procura por conteúdos culturais na rede social cresceu 4.900%, durante o período de isolamento social.

Outra medida tomada para auxiliar tais profissionais da área, é a Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, a qual pretende repassar cerca de R$ 3 bilhões de reais a estados e municípios brasileiros, para serem distribuídos a trabalhadores da economia criativa e servirem de subsídio mensal para espaços culturais.

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