As primeiras previsões para o desempenho da economia brasileira no ano de 2020 não teriam como prever o quão agressivo seria o comportamento do coronavírus para a saúde das pessoas e as consequências de seu rápido contágio, quando ele surgiu na China. Com isso, as (necessárias) paralisações das atividades começam a ser incluídas nas novas previsões de desempenho ao redor do mundo. O Banco Central do Brasil, por exemplo, já estima uma estagnação (zero crescimento) do PIB brasileiro em 2020 (conforme o Relatório Trimestral de Inflação de março de 2020).
A questão é que a crise do novo coronavírus impôs uma nova dinâmica para os setores da economia. A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) já calcula um prejuízo de cerca de R$ 25,3 bilhões para o comércio de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais (os três estados com os maiores volumes de vendas do país) e Distrito Federal. Vale ressaltar que, só em Minas Gerais, a queda estimada gira em torno de R$ 4,45 bilhões.
A preocupação não fica somente nos prejuízos da ponta final da cadeia produtiva. Com as condições restritivas da crise, setores que produzem alimentos e itens básicos para o dia-a-dia da população já passam a preocupar o governo, contaminados pelos setores de logística e transportes, que são estratégicos e responsáveis pelo transporte de tais produtos. A falta de artigos essenciais é capaz de agravar a já complicada situação.
Em meio a tantos problemas, alguns setores são estimulados pela situação entretanto. Se o comércio em lojas físicas perece, o comércio eletrônico está sendo amplamente estimulado, puxando os serviços de entregas, inclusive de comidas nas cidades. A alternativa é vista como um paliativo para o setor de restaurantes.
No fim do dia, deve-se ressaltar que, assim como qualquer crise na história, a proporcionada pelo novo coronavírus também irá passar. Por enquanto, a economia e seus setores sofrem mais um forte baque, que se soma a outros problemas anteriores já apresentados no país no decorrer da década de 2010. Porém, tais fatores não impedem que a palavra “recuperação” venha a aparecer novamente nas previsões de 2021.