Em 2019, a economia brasileira foi marcada por extremos. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, atingiu sua máxima, batendo mais de 117 mil pontos. Já a Selic, taxa de juros base no Brasil, fechou em seu menor patamar desde que foi criada, atingindo 4,5% ao ano. Apesar disso, o desemprego, uma das maiores preocupações do novo governo, continuou acima dos 10% e o dólar atingiu seu recorde, chegando a ser cotado em R$ 4,25. Por fim, 2019 também ficou marcado como o ano de grandes reformas estruturais no país.
A aprovação da reforma da previdência foi o grande trunfo do primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro, que tratou de cumprir logo no início uma das maiores promessas de sua campanha e da sua equipe econômica. Com grande apoio das lideranças na Câmara e Senado, o texto da reforma foi aprovado em ambas as casas legislativas e depois promulgado com base na proposta enviada no início do ano pelo governo. Entre as principais mudanças que a reforma estabelece se encontram a nova idade mínima de 62 anos para as mulheres e de 65 anos para os homens, além da reestruturação das alíquotas que passam a ser progressivas, incidindo mais sobre os que ganham mais e menos sobre os que ganham menos.
Outro ponto importante é o tempo mínimo de contribuição. De acordo com as novas diretrizes, não é mais possível obter a aposentadoria apenas através do mesmo, sendo também necessário alcançar a idade mínima. Com as regras previstas, estima- se uma economia na casa dos R$ 800 bilhões nos próximos dez anos.
O ano de 2019 também ficou marcado pela ratificação da medida provisória da liberdade econômica, sancionada no dia 20 de setembro. A medida visa a diminuição da burocracia para a abertura de empresas no país, trazendo mais estímulo para a criação das mesmas, principalmente no que se refere a micro e pequenas empresas.
A MP foi aprovada pelo Senado Federal em agosto. Entre as principais alterações se encontram a flexibilização das regras trabalhistas, como dispensa de registro de ponto para empresas com no máximo de vinte empregados, além da eliminação de alvarás para atividades consideradas de baixo risco.
No cenário externo, o último ano também foi marcado pelo acirramento das tensões entre as duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China. Enquanto a guerra comercial fazia o cenário internacional oscilar em incertezas, também fazia com que os investidores de todo o mundo buscassem alternativas mais seguras no mercado financeiro, gerando impacto negativo direto no índice da grande maioria das bolsas de valores pelo mundo, sobretudo dos países em desenvolvimento, e freando o crescimento do Produto Interno Bruto global. Em relação às exportações brasileiras, ainda é cedo para conclusões, porém, é possível que o ‘celeiro’ brasileiro seja capaz de suprir alguns produtos para os quais a China reduziu o volume comprado dos EUA.
Da mesma forma, entretanto, é também possível que ocorram reduções das exportações brasileiras para o gigante asiático em decorrência da desaceleração do crescimento por lá.
As já aprovadas reformas e a esperança de aprovação de novas prometem um ano de 2020 com desempenho superior ao de 2019 no Brasil. O cenário é de otimismo por aqui.
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