Estradas do Brasil

Relatório aponta dificuldades nas principais rodovias e revela o expressivo número de estradas que sequer têm asfaltamento


Por Tribuna

25/10/2019 às 06h51

Em novo relatório, a Confederação Nacional dos Transportes atestou que 70% das estradas que cortam Minas têm problemas, espelhando o que ocorre pelo país afora, com raras exceções, a maioria delas situada em território paulista. As demais são críticas com pontos de risco diante da precariedade da malha asfaltada e pela absoluta falta de sinalização e acostamento. O relatório também aponta para a necessidade de investimentos, palavra proibida na instância econômica quando o Governo tenta fazer caixa para cumprir compromissos básicos da gestão.

Quando optou pelo modal rodoviário, em meados dos anos 1960, o Governo, seguindo a máxima do presidente Washington Luiz, nos anos 1930, de que governar é abrir estradas, considerou que as rodovias teriam maior capilaridade, facilitando o transporte de passageiros e o escoamento da produção. Uma das ações mais ousadas foi a Transamazônica, que até hoje não se tornou um projeto definitivo a despeito de sua importância.
Por Minas passa a maior rodovia do país. A BR-116, que liga o Norte ao Sul, tem sérios problemas no seus quase quatro mil quilômetros de extensão, por conta da falta de recursos do Dnit. O substituto do velho Departamento Nacional de Estradas de Rodagem atua na infraestrutura, mas ainda não cumpriu a meta de colocar o país entre os mais eficientes em transportes.

As rodovias privatizadas também passam por uma grande inflexão. Diante das políticas governistas, algumas querem abrir mão da concessão, como a Via 040, responsável pelo trecho entre Juiz de Fora e Brasília, e outras, como a Concer, ainda não tiveram sua situação definida na relação com o Governo, na expectativa de receber os recursos que são considerados fundamentais para manter o contrato de gerenciamento do trecho Juiz de Fora/Rio de Janeiro.

Rodovias precárias implicam uma série de preocupações. São perigosas, mas também têm forte influência na economia por afetarem o escoamento da produção. O custeio do transporte se eleva em decorrência dos reparos feitos necessariamente na frota, e, em marcha lenta diante dos buracos, o consumo de combustível aumenta. O consumidor paga a conta com a elevação do frete, mas todos perdem, inclusive o Governo, com a redução da arrecadação de impostos.

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