Escolas de Juiz de Fora são avaliadas no Ideb
As escolas públicas de Juiz de Fora que oferecem ensino fundamental foram avaliadas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e tiveram médias diferenciadas no que se refere aos anos iniciais (1º ao 5º ano) e aos finais (6º ao 9º). Já as escolas privadas do município não constam na relação do Ideb. No que se refere às públicas, enquanto as séries iniciais ficaram um décimo abaixo da meta do Ministério da Educação (MEC), os anos finais superaram a projeção para 2013. “Nos anos finais das escolas municipais, que são o grande gargalo de toda a educação nacional, Juiz de Fora teve um avanço considerável, demonstrando que nós estamos no caminho certo”, afirma o secretário de Educação, Weverton Vilas Boas de Castro.
Levando em consideração a média entre as escolas federais, estaduais e municipais dos anos iniciais, Juiz de Fora alcançou 5,4 enquanto a projeção para 2013 era de 5,5. No caso do ciclo final, o município conseguiu ficar com 4,4, sendo que a projeção seria de 4,3. Ao comparar o desempenho do 6º ao 9º ano com edições anteriores do Ideb nas mesmas séries, toda a rede pública de Juiz de Fora apresenta melhoras. Em relação ao ano de 2011, a rede estadual teve aumento de 0,3, e a municipal de 0,1. Já a federal, ao levar em consideração o ano de 2009, passou de 6,3 a 6,6.
O secretário de Educação afirma que o município tem promovido ações importantes para melhorar os índices da educação em Juiz de Fora, como o bloco pedagógico, implementado em 2011, em que uma de suas principais determinações é a não reprovação nos três primeiros anos escolares. Além disso, o secretário informa que, em 2013, a secretaria aderiu ao Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnac), que tem como finalidade garantir a alfabetização plena das crianças com até 8 anos de idade. A principal função é a formação continuada de professores alfabetizadores, que irão atuar nas turmas de primeiro, segundo e terceiro anos do ensino fundamental.
Minas lidera ranking
Minas Gerais lidera o ranking de melhor desempenho do Ideb nas séries iniciais da rede pública, com índice de 5,9, empatado com o Estado de Santa Catarina. Quando as escolas particulares também são levadas em conta, Minas continua em primeiro lugar, desta vez empatado com São Paulo, com 6,1 pontos. O estado também lidera o ranking do 6º ao 9º ano, com índice de 4,6. As redes pública e privada juntas elevaram para 4,8, mantendo o estado em primeiro lugar.
De acordo com o Ministério da Educação, um dos fatores que permitiram esse resultado em Minas foi a implantação do sistema de nove anos do ensino fundamental nas redes estaduais e municipais. Desde 2004, aos 6 anos de idade, as crianças ingressam no ensino fundamental no estado.
Além disso, a assessoria da pasta afirma que, em 2013, foram investidos R$ 11,509 bilhões no estado. “O avanço em qualidade da educação em uma rede tão ampla e abrangente como a rede estadual mineira passa não só pelas ações pedagógicas, mas também por investimentos em infraestrutura, manutenção e custeio do transporte escolar de alunos residentes em zonas rurais.”
Na avaliação da doutora em educação e docente da UFJF, Diva Chaves Sarmento, o Ideb é uma ferramenta importante para que metas sejam cumpridas na educação. “A partir do momento em que o Governo federal tomou o Ideb como referência, definiu-se um parâmetro para as escolas. Isso foi muito importante para apontar as fragilidades que devem ser sanadas.” Diva ressalva que, apesar da relevância do índice, é fundamental que as redes de educação não fiquem restritas a ele.
Secretaria fará análise detalhada por escolas
De toda a rede pública do ciclo inicial, apenas as escolas estaduais conseguiram atingir a meta. Para estas em que o índice deveria ser de 6,0, o desempenho chegou a 6,1. As escolas federais, que tinham uma meta mais alta – de 7,8 -, não atingiram a projeção por 0,2 de diferença. O menor índice esteve com as escolas municipais, com 4,8, sendo que a meta deveria ter sido de 5,1. Segundo o secretário de Educação, Weverton Vilas Boas de Castro, é necessário fazer uma análise mais detalhada de todas as escolas municipais de Juiz de Fora. Weverton afirma que ainda essa semana uma pesquisa mais profunda será finalizada. “Nós também tivemos diversas outras escolas que ultrapassaram, em muito, a meta estipulada pelo Governo federal, por isso temos que analisar a realidade de cada escola. Tivemos algumas que passaram 6 pontos”, conclui Weverton.
Além de Juiz de Fora não ter atingido o índice projetado para as séries iniciais no ano de 2013, os números também não representam melhorias quando comparados ao Ideb de 2011. A rede estadual se manteve em 6,1, enquanto a municipal passou de 5,2 a 4,8. De acordo com a Secretaria de Educação de Juiz de Fora, esse recuo de 0,4 pontos deve-se à grande migração de alunos ocorrida antes de 2013, por conta da transferência de estudantes oriundos dos residenciais do programa “Minha Casa, Minha Vida” que impactaram no fluxo dessas unidades, na distorção idade/ano dos estudantes. “Nós tivemos, na Zona Norte, por exemplo, uma escola que recebeu 138 alunos, todos com a distorção idade/ano. O Ideb não é apenas uma prova, ele avalia também indicadores de fluxos, tais com aprovação, repetência e abandono escolar de períodos anteriores à divulgação”, afirma o secretário. Já em relação às federais, não há o comparativo com o ano de 2011, contudo, levando em consideração o ano de 2009, houve melhoria de 0,1.
Em Juiz de Fora também foram analisados os anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano). Nessas séries, o município conseguiu atingir a meta da rede pública, ficando com 4,4, sendo que a projeção seria de 4,3. Entretanto, quando os dados são analisados separadamente entre as escolas municipais, estaduais e federais, o resultado mostra que apenas as municipais alcançaram a meta. As federais que deveriam atingir 7,4 ficaram com 6,6. Já as estaduais, que deveriam chegar a 4,5, não alcançaram a projeção por apenas 0,1.
A rede municipal de Juiz de Fora nos anos iniciais também esteve abaixo da média nacional do Ideb, de 4,9. “Estamos trabalhando fortemente para melhorar também os anos iniciais”, ressalta o secretário. Já a rede estadual obteve 0,7 a mais que a média no país. Em relação aos anos finais, tanto a rede municipal quanto a estadual ficaram acima da média nacional, com diferença de 0,3 e 0,4, respectivamente.
Entretanto, a meta nacional do 1º ao 5º ano era de 4,5 na rede municipal e de 5,0 na estadual. Desse ponto de vista, a municipal conseguiu obter 0,3 a mais, e a estadual 1,1. Do 6º ao 9º ano, também houve avanço de ambas, quando comparadas à meta nacional, que indicava 3,9 para a rede municipal e 4,2 para a estadual. Nesse aspecto, em Juiz de Fora a diferença foi positiva em 0,2 para ambas. “Da nossa gestão municipal, iniciada em 2013, somente parte foi avaliada. Então hoje, nós já temos outra realidade, muitos desses fluxos agora em 2014 já foram corrigidos. Para o próximo Ideb, que será divulgado em 2016, provavelmente Juiz de Fora terá um salto qualitativo muito grande, porque nós já estamos fazendo as intervenções”, conclui o secretário de Educação.
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