No final do mês de abril, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o congelamento de 30% da verba destinada ao pagamento das despesas não obrigatórias, que seriam as despesas com custeio (contas de luz, água, bolsas acadêmicas, funcionários terceirizados) e com investimentos (obras e compra de equipamentos) das 63 universidades e dos 38 institutos federais de ensino.
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e o Instituto Federal do Sudeste (IF Sudeste) tiveram, somando todos os valores, uma redução de R$ 86 milhões, sendo que para as principais universidades as perdas foram as maiores: UFV deixa de receber R$ 30,7 milhões e a UFJF, R$ 23 milhões. Só nas instituições de ensino no município de Juiz de Fora, o corte de recursos atinge o montante de R$ 36 milhões, além da redução orçamentária do IF Sudeste, com unidades situadas nos municípios de Rio Pomba, Muriaé, Manhaçu, Santos Dumont, Barbacena e São João Del Rei, para os quais ainda não há informações precisas sobre o montante contingenciado. Algumas das cidades citadas acima possui o perfil de “cidade universitárias”. Assim, a redução de verbas destinadas às instituições deve gerar efeitos negativos, como diminuição do número de empregos, redução do consumo. De forma geral, pode-se ter contração destas economias locais, já que a quantidade de pessoas e de dinheiro que irão circular nestas regiões deverá ser menor.
Os resultados desse contingenciamento deverão ser negativos para os municípios, instituições de ensino e, sobretudo, para a sociedade. A Pró-reitoria de Pesquisa, Extensão e Inovação do Instituto Federal Fluminense (IFF) disse ter não a possibilidade de renovação das bolsas de pesquisa para o mês de outubro deste ano, inviabilizando várias das 73 de pesquisas, 45 de extensão e nove de pesquisa-integração. O Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) indicou ter que encerrar as atividades em setembro. A UFJF relatou em nota o corte de alguns trabalhadores terceirizados, paralisação de diversos projetos de pesquisa e extensão dos 575 atualmente existentes e da política de assistência estudantil.
Diante desse cenário, prevê-se também redução da produção científica das instituições de pesquisa e desenvolvimento da Zona da Mata mineira e Campos das Vertentes. Tal redução associada às perdas econômicas projetadas deve gerar movimentos negativos difíceis de serem revertidos e que podem perdurar no longo prazo na região.
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