Recentemente, Minas Gerais teve uma repercussão negativa no Brasil em função dos acontecimentos com as barragens de Fundão, em Bento Rodrigues, e da Mina do Feijão, em Brumadinho. As conseqüências negativas dos acidentes começaram a levantar questionamentos sobre as instalações. Além disso, nos fazem pensar nas consequências econômicas das atividades de extração de minério, uma vez que, com elas,
existem diversos impactos ambientais e sociais sendo observados.
Segundo publicação da Fundação João Pinheiro (FJP), a indústria extrativa contribuiu com 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais em 2016. O valor é o menor desde 2010, quando a participação foi de 5,7%. Contudo, outros setores produtivamente encadeados com a atividade de mineração e extração contribuem com outros 31,1% do PIB mineiro. É o caso da indústria de transformação (13,4%), construção (5,6%) e do comércio, manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas (12,1%). É válido destacar que isto ocorre porque o setor de mineração e extração é um importante fornecedor de matérias-primas para demais atividades produtivas da economia.
Em termos de arrecadação de impostos, o estado de Minas Gerais é, desde 2004, o que mais recebe a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) entre os estados brasileiros, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Segundo dados da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF), a indústria extrativa representou 2,43% da arrecadação total em 2018. Além disso, cerca de 50% do saldo da balança comercial do setor mineral brasileiro se refere a comercializações do estado mineiro. As informações até aqui apresentadas indicam que a indústria extrativa é importante não apenas para a economia de Minas Gerais, mas também para a do Brasil como um todo. Porém, quais são os possíveis impactos sociais e ambientais, especialmente de longo prazo, da atividade de mineração?
Alguns dos problemas que podem ser observados são a poluição da água, poluição do ar, poluição sonora e degradação do terreno. Portanto, o planejamento por trás da indústria extrativa, que vai desde o processo de pesquisa até a operacionalização das minas, deve conter estratégias capazes de amenizar esses impactos. A etapa de fiscalização na execução dessas atividades também possui grande importância, por tornar possível identificar irregularidades e propor ajustes. Vale lembrar que os acidentes recentes revelam que o custo de reparação pode acabar ficando bem elevado quando não há um comprometimento efetivo com ações preventivas.
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