Cada um no seu quadrado

Por Bruno Perry e Fernanda Finotti

19As corretoras e bancos especializados em investimentos vêm se popularizando muito no Brasil nos últimos anos e já começam a incomodar os grandes bancos de varejo, que saíram às compras para barrar o crescimento ‘independente’ do segmento. Vide a compra da Ágora pelo Bradesco em 2008, por R$ 830 milhões, e de 49,9% da XP pelo Itaú pelo valor de R$ 5,7 bilhões no ano passado. Recentemente, o BTG Pactual resolveu entrar pesado no segmento de varejo. A instituição, que é o maior banco de investimento da América Latina, antes só atendia investidores com grandes fortunas, mas agora desembarca também no varejo, para alegria do pequeno poupador.

Para entendermos a importância desse movimento, é preciso antes entender o papel desempenhado por bancos de varejo, bancos de investimentos, corretoras e agentes de investimento na captação e investimento das nossas tão suadas economias.

Bancos de varejo fazem um ótimo trabalho quando o objetivo é oferecer uma conta para você receber o seu salário, contratar empréstimos para várias finalidades, emitir cheques, realizar transferências bancárias, operar com cartão de crédito e de débito, mas o principal objetivo deles não é o investimento.

Já os bancos de investimento (BIs) e as corretoras (que têm a possibilidade de ofertar seus serviços aos clientes de maneira ‘capilarizada’ via escritórios de agentes autônomos de investimento cadastrados) têm como único e exclusivo objetivo auxiliar seus clientes em seus investimentos. Para essas instituições, que vivem unicamente do investimento, quanto mais seus clientes acumulam e ganham dinheiro, maior é a remuneração por estarem auxiliando.

A diferença no grau de especialização quando o assunto é investimento aparece nas taxas de retorno oferecidas. Usemos como exemplo a previdência privada. Na média, os grandes bancos de varejo ofertaram uma rentabilidade de 5,46% nos últimos 12 meses via esse produto. Já as corretoras e bancos de investimento ofereceram, no mesmo período e produto, uma rentabilidade média de 16% nos últimos 12 meses. A diferença é significativa, ainda mais quando se considera o investimento no longo prazo a que se destina o produto.
Imagine um investidor que desejasse aplicar R$ 100 mil hoje para resgatar em 30 anos (aposentadoria). Sem aportes adicionais e mantidas as taxas, esse investidor resgataria cerca de R$ 493 mil se investisse numa previdência privada oferecida por um banco de varejo. Já se optasse pela previdência oferecida pelos BIs ou corretoras, o valor acumulado chegaria a R$ 8,5 milhões. Nada menos que 17 vezes o valor obtido via banco de varejo. É o poder dos juros compostos, aliado à eficácia da especialização em qualquer segmento. E o que é melhor: para acessar esse mercado, basta procurar boas indicações de profissionais qualificados. Ou seja, todo mundo pode, basta querer. Vale a pena tentar, especialmente em tempos bicudos de reforma da previdência.

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Conjuntura e Mercados

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