O último ano do governo de Michel Temer teve, como um dos principais objetivos, seguir com a retomada econômica. Guiado por Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, e, até o meio do ano, por Henrique Meirelles, no cargo de Ministro da Fazenda, o plano continha diversas medidas e algumas mudanças positivas aconteceram. Mas como isso se refletiu na vida do brasileiro? E nos principais índices econômicos?
A inflação, um dos maiores temores da população, se manteve controlada. Porém, indo na contramão desse índice, o preço dos combustíveis aumentou significativamente, pesando no custo do transporte. O aumento do valor da gasolina e do diesel foi o responsável para, em maio, acontecer a greve dos caminhoneiros, a qual parou o Brasil durante 11 dias, afetando o consumo e a produção do país.
Outro grande desafio para o governo era reverter o quadro de desemprego. Nesse quesito houve uma pequena melhora em relação ao ano anterior, chegando ao menor percentual de desempregados desde meados de 2016. No entanto, mesmo com esse avanço, o desemprego ainda afeta mais de 12 milhões de indivíduos e continua sendo um dos maiores problemas a serem resolvidos em 2019.
O dólar, por sua vez, fechou o último ano com valorização de 16,92% frente ao real, sendo vendido, na última semana de 2018, por R$ 3,87. Com tamanha valorização, o dólar mostrou-se um dos investimentos com maior retorno financeiro no ano. A moeda americana variou entre R$ 3,139 e R$ 4,195, sendo esta oscilação tão elástica no período, fator explicado pela guerra comercial entre EUA e China, pelo rumo da taxa de juros americana e, principalmente, pelo período eleitoral e incerteza quanto às futuras reformas econômicas. Mesmo com uma valorização do dólar em relação ao real, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou o ano com valorização de 15%, sendo a terceira alta anual consecutiva. Um desempenho como esse em um ano marcado pela histórica greve dos caminhoneiros e tomado pela incerteza eleitoral esboça um cenário otimista para o ano de 2019.
Em resumo, 2018 foi caracterizado por um período de altas oscilações nas mais diversas variáveis para o campo macroeconômico, intimamente relacionadas às crises internas e ao cenário internacional, pressões políticas e populares e, principalmente, às eleições. Como a estabilidade vem sendo retomada gradualmente, espera-se que o novo governo recém empossado tome as medidas cabíveis para o retorno do crescimento econômico, equilíbrio da inflação, redução do déficit primário nas contas públicas e diminuição do desemprego. Na pauta, reformas da previdência, tributária e trabalhista. É esperar para ver.
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