Conselho do Tupi aprova construção de edifício em área na sede social
Clube também recebeu proposta de uma segunda empresa; Conselho Consultivo se reúne neste sábado para dar palavra final; Prefeitura precisaria avalizar a obra
Conselheiros do Tupi se reunirão, neste sábado (29), às 10h, na Sede Social, para apreciar a proposta de aporte financeiro de uma empresa juiz-forana do setor de construção civil no edifício da Rua José Calil Ahouagi. Aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo, a oferta foi apreciada pelo órgão em encontro realizado em 20 de dezembro. Em caso de parecer favorável também do Conselho Consultivo, o investimento dependeria, apenas, de trâmites burocráticos referentes à construção civil junto à Prefeitura de Juiz de Fora, de acordo com o presidente do Conselho Deliberativo, José Luiz Mauler Júnior, o Juninho.
Ele explica que a proposta diz respeito à construção de um edifício de salas comerciais em uma área de, aproximadamente, 3 mil metros quadrados, e que o clube também recebeu proposta similar de uma segunda empresa. “Ambas se interessaram em determinadas áreas do clube e propuseram uma parceria. Querem construir um edifício de salas naqueles espaços. Impusemos uma condição. Se o valor do espaço utilizado para construção corresponder a R$ 1 milhão, elas darão ao Tupi R$ 1 milhão em salas, para que o clube, futuramente, possa alugá-las ou até fazer uso próprio.” Juninho, entretanto, não revelou o nome das empresas. Caso o Conselho Consultivo vete a proposta aprovada ou opte pela outra, uma Assembleia Geral será convocada.
As propostas repassadas pela Diretoria do Tupi ao Conselho Deliberativo – composto por 40 membros titulares, mais 20 suplentes – contemplam dois distintos lotes. “Há duas áreas que lhes interessam. Uma é vazia e, a outra, próxima à piscina da Sede”, diz Juninho. Questionado sobre possível prejuízo aos associados em caso de escolha pela proposta referente à área próxima ao parque aquático, Juninho disse ter apontado aos representantes da empresa a manutenção da área de lazer como condição para a viabilização do negócio. “Se a construção for, de fato, próxima à piscina, uma nova área de parque aquático será construída, nos mesmos parâmetros, para atender os sócios. Ativaremos uma nova área que beneficie os associados. Em caso de viabilização, só vão mexer na área da piscina se a nova área estiver totalmente pronta e entregue.”
Questionado sobre as construtoras responsáveis pelas propostas, a data em que foram realizadas à diretoria e se, de fato, a avaliação da metragem dos terrenos foi feita, o clube, por meio de assessoria de imprensa, manteve sigilo. “Tudo o que foi apresentado está sendo avaliado pelo conselho do Tupi. Quando tivermos alguma definição, o clube irá divulgar.”
Área avaliada em R$ 4 milhões
Ainda segundo Juninho, os 3 mil metros quadrados são avaliados em R$ 4 milhões, valor que, conforme a proposta, será revertido em salas comerciais para o Tupi. “Quando as empresas passaram a proposta para o Executivo, a direção contratou dois corretores e solicitou a avaliação do metro quadrado das áreas. O Tupi não vai trocar pedaço de patrimônio por concessão; vai trocar patrimônio por patrimônio.” Os custos integrais serão das empresas, inclusive, aqueles necessários para a construção de um novo parque aquático em caso de desativação do atual. “O Tupi não vai arcar com nada, até porque não tem condições. Por isso, o Conselho Deliberativo achou boa a proposta do conjunto de salas. Será um patrimônio em uma área muito bem valorizada”, disse Juninho.
Em caso de aprovação do negócio, o empreendimento dependerá de adequações ao Código de Obras da Prefeitura de Juiz de Fora. “A proposta depende do coeficiente que a Prefeitura liberaria para a construção. Por exemplo, se eles querem uma área de 1.000 metros quadrados, a Prefeitura pode liberar para a construção apenas 70% da área. O fechamento total desse tamanho de área depende do estudo de viabilidade.” Conselho Deliberativo e Conselho Consultivo têm, conforme o estatuto, pesos iguais na estrutura política do Tupi.
Questionamentos estatutários
O Conselho Deliberativo convocou, inicialmente, por meio de edital publicado na Tribuna de Minas, em 8 de dezembro, reunião extraordinária para 14 de dezembro para a apresentação de ambas as propostas da construção de edifício na sede social. Em nota oficial, também publicada na Tribuna em 12 de dezembro, a reunião foi cancelada pelo presidente do órgão. Walter Corrêa, presidente do Tupi entre 1993 e 1996 e, atualmente, conselheiro nato, questionou os motivos do cancelamento.
“Quero saber como foi desmarcada a reunião e como foi cancelado o edital. Uma coisa muito estranha. A gente não sabe o que está acontecendo. É uma pauta de grande importância. Não recebemos, como conselheiros, nenhuma carta de comunicação para reuniões”, criticou Correia. Juninho, presidente do Conselho Deliberativo, justificou o cancelamento por compromissos inadiáveis da presidência do órgão. “Várias pessoas do Conselho tiveram compromissos, como o vice-presidente e eu, que tive um compromisso urgente. Então, não tinha ninguém para conduzir a reunião. Quando estou ausente, o vice assume a condução. Não tem outra pessoa na hierarquia que possa assumir o lugar”, explicou.
Em razão do objeto da matéria apreciada pelo Conselho Deliberativo, Correia apontou que as propostas de investimento deveriam ter sido apresentadas em Assembleia Geral. “O Conselho Deliberativo era antes composto por 150 conselheiros, sendo 120 efetivos e 30 suplentes. Depois da mudança estatutária, o número foi reduzido para apenas 40 efetivos e 20 suplentes. Uma matéria dessa importância não deve ser tratada através de uma reunião de Conselho e, sim, por meio de um Assembleia Geral.” Conforme Juninho, todavia, a indagação de Correia é um “desconhecimento do estatuto”.
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