A nossa cultura não deve queimar

Por Gustavo Luz, Leandro Venâncio, Joyce Guimarães, Izak Carlos e Inácio Araújo

O incêndio do Museu Nacional, um dos mais importantes patrimônios culturais do Brasil, incinerou objetos importantes e parte importante da história do Brasil, trazendo para a pauta a discussão sobre a manutenção e segurança das instituições culturais. Dentre as hipóteses para a causa do incêndio, a mais provável é a de um curto-circuito, resultado da instalação elétrica já velha e sem manutenção adequada. O custo de manutenção seria menor do que o de reconstrução, do que pode ser recuperado, do museu. Minas Gerais é responsável por grandes acervos culturais e da história nacional, podendo o incêndio no Museu Nacional servir de alerta para o nosso estado.

Os dados do Portal da Transparência de Minas Gerais para 2018 indicam que R$ 112,3 mil serão destinados a cultura em 2018, uma redução de 34,6% em relação ao ano anterior. Para motivo de comparação, o Museu Nacional recebeu, em 2017, o equivalente a R$ 629,6 mil, enquanto a verba prevista para 2018 é de R$ 206 mil, uma redução de 157%.

Em Minas Gerais, mesmo com a diminuição do repasse de verbas da federação, os gastos com a administração das instituições culturais aumentaram proporcionalmente, porém essa verba não foi repassada para projetos de difusão da cultura e para o mantimento dos locais onde os acervos se localizam, os patrimônios históricos, artísticos e arqueológicos estaduais como no ano anterior. Com a manutenção dos gastos da administração constante, qualquer evento que possa danificar as instituições e as obras, como um incêndio, é minimizado porém, para que as verbas reservadas voltem a aumentar sem que precisamos de catástrofes como a que já ocorreu, é importante criar um vínculo entre a cultura nacional e local com a população, gerando uma sensação de pertencimento àquela cultura e aos locais que a propagam, valorizando e gerando estímulo à cultura.

Para manutenção dessas instituições, são necessárias políticas que atraiam investimentos, através da criação de organizações filantrópicas que apoiem e organizem os gastos de tais instituições. A população deve ter sua ajuda facilitada através de programas que facilitem o recebimento de qualquer contribuição partindo dela para com estas instituições. Tais movimentos acabam por valorizar a rica história mineira, demonstrando, de forma atrativa, a importância do conhecimento histórico para a formação dos indivíduos e de todo o país, criando laços entre toda a população e as suas memórias, evitando o que ocorreu com o Museu Nacional.

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