Bolsonaro x Haddad: o que esperar enquanto estamos esperando

Por Por Juliana Laurindo, Vinícius Viegas, Leonan Ferreira e Iven Batista

Os resultados das eleições que colocaram Jair Bolsonaro na corrida do segundo turno impactaram positivamente o mercado. Na segunda-feira (8), o Ibovespa abriu em forte alta e registrou o maior volume financeiro da história: R$ 29 bilhões. Na mesma onda, o dólar comercial e os juros de contratos futuros também reagiram bem e registraram queda. Podemos considerar esse resultado como uma forte diminuição da incerteza associada à indefinição presente na eleição de primeiro turno, mas o que podemos esperar nos próximos quatro anos?

Caso a vantagem do primeiro turno se concretize, e Bolsonaro seja eleito, algumas medidas devem marcar seu governo. O candidato promete, já no primeiro ano de mandato, privatizar cerca de 100 estatais e com o dinheiro dessas vendas zerar o déficit primário e a diminuir dívida pública. Quanto às empresas que serão vendidas, o que se sabe é que as geradoras de energia e talvez a Petrobras devam ser poupadas e continuarão sob comando do governo. Outra proposta do candidato do PSL é a de introduzir uma nova carteira de trabalho no Brasil, denominada “carteira verde e amarela”. Sob esta carteira, o empregado poderá negociar os termos de contrato diretamente com o empregador e o que for acordado entre ambas as partes terá validade jurídica. Para Bolsonaro, essa liberdade contratual poderá impulsionar as contratações e fazer o país voltar a crescer.

Quanto a Haddad, o que se vê é uma política totalmente contrária à de Bolsonaro. Seu plano de governo enfatiza a suspensão da política de privatização, alegando que ela tiraria das mãos do governo empresas estratégicas para o desenvolvimento nacional. Outro ponto de divergência é com relação à reforma trabalhista realizada pelo atual governo: o petista propõe sua substituição pelo Estatuto do Trabalho, o qual será produzido de forma negociada com os sindicatos. Para Haddad, a retomada da renda do trabalhador é o principal meio para a retomada do crescimento da economia.

No que tange à viabilidade do governo eleito, tem-se ambos os presidenciáveis em situações similares. Bolsonaro elegeu uma forte bancada do seu partido (PSL): 52 deputados, e Haddad conta com 56 deputados petistas eleitos.

Devido à grande polarização observada no momento atual e às propostas polêmicas que vêm sendo amplamente discutidas, independente de quem ganhe, há potencial para fortes impactos na economia. Diferente da política, na economia o que se recomenda é a diversificação.

E-mail para [email protected]

Conjuntura e Mercados

Conjuntura e Mercados

A Tribuna de Minas não se responsabiliza por este conteúdo e pelas informações sobre os produtos/serviços promovidos nesta publicação.

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também