Selic caindo, e agora?

Por Juliana Laurindo, Joyce Guimarães, Bruno Perry e Vinícius Versiani | email para [email protected]

Muito se ouve falar nos noticiários sobre a taxa Selic, mas afinal o que é essa taxa? A taxa Selic nada mais é do que a taxa básica de juros adotada no Brasil, definida pelo Governo Central com o objetivo de controlar o crédito, o consumo e a inflação (alta dos preços). Atualmente, a Selic encontra-se em 8,25% a.a., o que coloca o Brasil com a segunda maior taxa de juros dos países que compõem o G-20, perdendo apenas para a Rússia, com 8,50% a.a. No entanto, comparada a julho de 2015, quando atingiu seu pico de 14,25% a.a., nota-se uma redução de seis pontos percentuais nessa taxa, para desespero daqueles que encontravam na renda fixa seu porto seguro.

A redução da Selic acompanha as expectativas de inflação. Até o mês de setembro, o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou apenas 1,78%, resultado de crédito caro, renda baixa, consumo desaquecido e preços congelados. Esse resultado evidencia uma expectativa de inflação muito baixa para o ano de 2017. Ao se deparar com esta conjuntura, o investidor deve ter em mente que, quando a taxa Selic está alta, o custo dos financiamentos e a rentabilidade da renda fixa em geral também sobem. Logo, com uma taxa de juros baixa, a renda fixa torna-se menos rentável, os empréstimos menos custosos e o investimento em renda variável mais oportuno, condicionado à retomada da confiança e do consumo. Boas empresas, que ainda não estão totalmente consolidadas no mercado, negociam suas ações com expectativa de aumento (upside) no momento, bons exemplos sendo aquelas que compõem o índice SmallCap, que só neste ano já subiu 48%, contra 23% do Ibovespa.

Uma outra alternativa interessante são os CDBs de longo prazo de bancos menores, nos quais aplicações de 3 anos chegam a pagar 120% do CDI bruto, 45,71% acima da poupança e com ganho real (acima da inflação) de 5,3% a.a. para o investidor. Esses bancos também se beneficiam da retomada do emprego, do consumo e da melhoria da qualidade do crédito. Para aqueles que preferem diversificar seus investimentos, os fundos multimercados, que adotam estratégias mais agressivas, são boas opções, já que suas carteiras incluem aplicações em renda fixa, ações, derivativos, dólar entre outros. Porém, é necessário verificar as taxas cobradas, que podem comprometer grande parte da rentabilidade obtida.

Independente da conjuntura econômica, bons investimentos sempre existirão, bastando ficar atento às diversas oportunidades que o mercado fornece e não ter medo do novo. Na Economia, como na vida, a única constante é a mudança.

 

 

 

Conjuntura e Mercados

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