Falta de medicamento para o sistema nervoso prejudica juiz-foranos


Por Juliana Netto

31/05/2017 às 19h16- Atualizada 01/06/2017 às 18h14

Atualizada às 17h29, do dia 01/06

O medicamento Mestinon, utilizado para tratar a miastenia grave, doença rara que causa fraqueza e fadiga nos músculos, está em falta em Juiz de Fora. Pessoas que têm a doença relataram à Tribuna que não estão conseguindo comprar o remédio nas farmácias da cidade. Utilizado para controlar os sintomas da patologia, o medicamento também deveria estar disponível pelo SUS para os usuários que são portadores da doença, mas, segundo a Superintendência Regional de Saúde, ele não consta no estoque do Estado no momento, devido a atraso do fornecedor.

A falta do remédio tem prejudicado o tratamento de Carine Santiago Lage. Ela utiliza o remédio há 15 anos, mas não tem conseguido comprá-lo há três meses. Sem soluções para o problema, ela tem feito a compra de pessoas de outras cidades, que, quando conseguem obter o remédio, revendem para outros pacientes. No entanto, apesar de o Estado ser obrigado a fornecer o remédio, ela nunca teve acesso ao item de forma gratuita. “O remédio é caro, e custa cerca de R$ 30 a caixa, que dura cerca de um mês pra mim. Nunca consigo o medicamento pelo SUS, nunca tem.” Milaine Aparecida de Barros, que também é portadora da doença, conta que sempre teve que comprar o medicamento. “A única vez que eu consegui o remédio de graça foi quando o médico me deu, pois faço tratamento pelo SUS. Está difícil de achar o remédio, mas uma prima está comprando em Volta Redonda (RJ) e enviando para mim. Ainda assim, ela não consegue comprar grandes quantidades, e está sempre em falta.”

Procurado pela Tribuna, o Instituto Terapêutico Delta S.A. informou que a distribuição do produto é feita, preferencialmente, por meio das secretarias de saúde, estaduais e municipais, e que constatou problemas de distribuição de medicamento principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, por um motivo ainda não identificado. Por conta disso, os pacientes estariam recorrendo às farmácias, que não têm estoque suficiente para atender as demandas. No entanto, o laboratório afirmou que tem estoque de 50 mil unidades do medicamento, o que seria suficiente para três meses de venda, além do volume que está sendo produzido normalmente. A empresa destacou ainda que adotou providências para regularizar a distribuição do medicamento, como a disponibilização do Mestinon por meio da internet e o envio do produto pelos Correios para pacientes com casos mais urgentes, que entraram em contato por meio do SAC. Outra ação foi a publicação no site da Associação Brasileira de Miastenia, com orientações a respeito do abastecimento do produto e recomendações de locais de compra.

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