As minas de Minas

Por Por Gabriel H. R. Barbosa, Joyce A. G. Silva, Leandro V. Pereira, Leonardo I. A. de Souza, Inácio F. de A. Jr e Ramon G. Cunha. Email para [email protected]

Um dos pilares da economia de Minas Gerais são as atividades ligadas à mineração, uma das primeiras atividades praticadas na região e ainda de grande importância para o estado. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Minas Gerais foi responsável por 43,52% do valor total das exportações de minérios, entre outubro de 2006 e outubro de 2016. Além disso, Minas concentra cinco dos dez principais municípios brasileiros exportadores de minérios na última década, a saber: Itabira (10,11%); Ouro Preto (8,61%); Nova Lima (6,69%); São Gonçalo do Rio Abaixo (3,39%) e Itabirito (2,19%). Esses municípios estão concentrados na região do quadrilátero ferrífero, nacionalmente conhecida pela produção minerária em larga escala.

Não resta dúvida de que a atividade mineradora proporciona diversos benefícios para as regiões em que ocorre, tais como geração de renda e de empregos diretos, além de impulsionar o desenvolvimento de diversas atividades secundárias relacionadas. Segundo o Indicador de Atividade Econômica (IAEM) da Faculdade de Economia da UFJF, referente ao mês de agosto, nos cinco municípios citados, o setor foi responsável pela criação de 217 novos postos de empregos formais e arrecadação de R$ 36,5 milhões referente ao ICMS. No entanto, a atividade também traz diversos riscos relacionados a questões socioambientais, tais como poluição atmosférica e visual, supressão da vegetação e modificação de corpos hídricos. O desastre de Mariana, que nesse mês completou uma ano, é um exemplo de como um descuido no monitoramento da atividade pode trazer consequências estruturais negativas para a região no entorno.

Cabe ainda destacar que a mineração, por ser baseada em um recurso não renovável, destinado principalmente às exportações, pode, no curto prazo, ser suscetível a crises de demanda (como a desaceleração no ritmo da atividade chinesa ou mudanças nas políticas de comércio internacional). No longo prazo, o risco é de esgotamento dos recursos. Assim, o que se recomenda para as regiões produtoras é o desenvolvimento de estratégias para aproveitar os ganhos atuais da atividade e a estrutura criada em seu entorno para impulsionar o desenvolvimento local. Por meio de atividades independentes/complementares à mineração, haveria ganhos com diversificação que tornariam os municípios produtores menos sujeitos ao risco da atividade.

Luciane Faquini

Luciane Faquini

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