Sonho ou pesadelo
No dia 5 de maio próximo, completaram-se 3 anos desde quando a construção da Uaps do Bairro Manoel Honório foi autorizada. A unidade de saúde no Manoel Honório é uma reivindicação antiga, já que é um dos bairros mais importantes da região Leste da cidade e não tem, até a presente data, unidade de saúde para atendimento da população. Ao longo dos anos, várias foram as promessas para a sua construção. Porém sempre se esbarrou em algum empecilho. Falta do terreno, falta de projeto, falta de recursos sempre foram as desculpas para o adiamento do sonho.
Passaram-se os anos, conversas despendidas, contatos realizados, e chegou-se ao ano de 2014. O ano em que se previa o início da realização do grande sonho. A Associação de Moradores e o Conselho de Saúde local conseguiram identificar um local onde a futura Uaps poderia ser instalada: imóvel da Prefeitura de Juiz de Fora, doado pela Igreja Católica, na Rua Américo Lobo, na parte central do bairro. Após contatos com a Secretaria Estadual de Saúde, o órgão, através do secretário à época, deputado Antônio Jorge, aprovou o local, decidindo-se que aquele endereço era perfeitamente apropriado para a instalação da unidade de saúde.
A corrida, então, a partir daí, foi pela elaboração do projeto e os recursos necessários para a execução da obra. O projeto não demorou muito, realizado pela PJF e aprovado pelos órgãos estaduais competentes. Paralelamente, corria na Câmara Municipal de Juiz de Fora projeto de lei, de autoria do vereador Julio Gasparette, para dar nome à tão sonhada Uaps. No dia 12 de julho de 2014, foi publicada a Lei nº 13.010, de 11/07/2014, dando nome à Uaps de Catarina Fernandes.
Local, projeto e nome, ficando pendentes somente os recursos, que no início de 2016 foram anunciados como garantidos por alguns políticos da cidade. Portanto, a partir daí, não faltava mais nada. Até hoje, porém, nada. Lá se vão quase três anos, e o bairro continua sem a unidade de saúde. Lamentável é perceber que outras regiões da cidade são frequentemente contempladas com novas unidades de saúde ou com reformas das já existentes.
No caso da unidade do Manoel Honório, até mesmo a placa indicativa da futura obra sumiu. A nossa esperança é a de que as muitas promessas não se percam com o tempo, que o projeto não seja abandonado e nem o local já reservado seja utilizado para outra finalidade. A Uaps Catarina Fernandes não pode ser, como ocorre frequentemente, somente mais uma lei que vai para o lixo. A unidade é fundamental não somente para o Bairro Manoel Honório mas também para o Bairu, Centenário, Alto Bairu. Sem ela, a população da região continuará a ter que procurar outras unidades em outras regiões da cidade para garantir o direito constitucional de acesso à saúde.
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