O Serrinha de fora outra vez
No ar, nova empresa aérea, a Flyway. A nova transportadora aérea criada por mineiros, cariocas e sul-africanos promete atuar pesado no interior de Minas Gerais. Inicialmente, com quatro aeronaves do tipo ATR 72-600, ela terá voos iniciais a partir da Pampulha para os aeroportos de Ipatinga e Uberaba. A Anac confirmou por meio da assessoria de imprensa que a Flyway já está na quarta etapa das cinco para conseguir iniciar os trabalhos de transportes de passageiros. Falta só o voo teste.
Pela programação liberada, deverá empreender voos, além de Rio de Janeiro, Pampulha e Brasília, também para Porto Seguro e Cabo Frio. Para Minas, estão sendo planejados voos para Ipatinga, Governador Valadares, Montes Claros, Diamantina, Patos de Minas, Araxá e Varginha. Por enquanto, não estão previstos voos para a Zona da Mata. Se entrar na programação, pelo uso de avião à hélice de 70 passageiros, o que é mais certo são pousos no Aeroporto Itamar Franco.
Quando residi em Juiz de Fora, por longos 17 anos, tive a oportunidade de estudar bem o que acontecia com o Aeroporto da Serrinha pelos relatórios da Anac. Os boletins e outras informações até da Infraero, que administrava esse aeródromo, não deixavam dúvidas. Uma das restrições eram as construções ao redor da pista de residências particulares, que impediam ampliações, e até a chamada área de escape. Outro fator desfavorável era o problema da altitude do aeroporto e do seu fechamento por várias vezes durante o ano. No caso de tempo fechado, a pista curta construída em aeródromo de altas altitudes não permite nenhum erro do piloto no caso de aterrissagens com tempos chuvosos e nublados. Qualquer erro de cálculo de 50 metros compromete a segurança, como aconteceu uma vez com o avião da Azul. Por essa razão, esta empresa transferiu todas as suas operações para o aeroporto de Goianá.
Devemos compreender todos os esforços das autoridades de Juiz de Fora no sentido de colocar no Serrinha novos voos de passageiros. Entretanto, os custos fixos envolvidos desautorizam as empresas a trabalhar com aviões menores, como o ATR42, para 40 passageiros. Com aviões de 70 passageiros, podemos aumentar o peso da aeronave em até 2.400 quilos, fora os pesos das bagagens. Isso colocaria a tripulação e os passageiros em risco, como é o caso do aeroporto de Juiz de Fora.