A dialética da democracia americana!


Por SAGRADO LAMIR DAVID, MÉDICO E ESCRITOR

28/04/2015 às 06h00

Toda verdadeira democracia é dialética! Ao contrário, todo uso retórico da democracia é uma forma de tirania despistada. Vide o exemplo brasileiro, onde toda forma partidária, ideológica, econômica, social, e até religiosa, nada mais é do que para esconder os interesses vís, desonestos e criminosos de aproveitadores dos verdadeiros senhores da democracia: os cidadãos! Vejam o momento político que vivemos, em que o povo, em alta e pacífica demonstração de civilidade democrática, reclama de um governo que não assume seu verdadeiro papel de governo do povo, pelo povo e para o povo! Onde, pela primeira vez, um negro se coloca em papel de juiz corajoso e exemplar, apesar de que, na prática, demonstra que uma andorinha só não faz verão, e aí está Joaquim Barbosa, recolhido à sua vida de aposentado, talvez para não ser assassinado se continuasse em sua profissão de fé, a Justiça. Mesmo assim, deixa exemplos como esse Sérgio Moro, que continua na luta contra essa pertinaz doença do caráter verde-amarelo: a corrupção sem máscaras, sustentada por políticos, empresários e demais aproveitadores da falta de lideranças verdadeiras que defendam os lídimos interesses sociais desse sempre olvidado povo brasileiro!

Enquanto isso, nos States, a história é diferente. Basta dizer que o maior exemplo de democracia, pela primeira vez, foi dado por um presidente republicano, daquele partido provindo do GOP – Grand Old Party. Por sua vez influenciado pelos idealistas patrióticos do Tea Party, no qual começou a política de americanização dos descendentes dos que fugiam, pelo May Flower, da perseguição religiosa que sofriam em sua própria pátria inglesa! E deu no que deu. A libertação dos escravos pelo maior democrata americano, “Abe” Lincoln, porém eleito por um partido conservador e elitista, o Partido Republicano. Mas a chama democrata se acendeu, com o exemplo paradoxal – como convém à democracia! – do libertário Lincoln, colocando desde àquela época as divergências patrióticas entre óticas de conservadores e libertários!

E, como convém à verdadeira democracia, estão vencendo os democratas. Recentemente, com a vitória de um negro do Havaí, Barack Obama, eleito e reeleito, e, talvez, também, o incentivador da eleição da primeira mulher presidente do novel States, Hillary Clinton, esposa de Bill Clinton, excelente ex-presidente, da cepa de outros democratas, como os inesquecíveis Franklin Delano Roosevelt, aquele mesmo que definiu sua extraordinária coragem como filha do “medo” de ter medo. E o saudoso JFK, John Fitzgerald Kennedy, cuja coragem o ombreva com Roosevelt, mesmo que vitimado por ela, assassinado por um louco, dentro de seu carro, em Dallas, no Texas, assim como “Abe” Lincoln, outro corajoso americano, assassinado dentro de um teatro, que demonstrou, ao lado de Kennedy e de Roosevelt, vitimado por paralisia, que a coragem patriótica está no caráter, na ética, no desprendimento social, na educação, na saúde e na segurança, não para alguns, mas para todos.

E, vamos e venhamos, como convém, na luta pelo aprimoramento democrático, regime sempre em aperfeiçoamento, não será magnífico que, sucedendo a um negro, que ficou dois mandatos, o povo americano eleja, também, pela primeira vez, depois de um negro, uma mulher como presidente dos Estados Unidos da América do Norte? E que exemplo magnífico para outras mulheres, como Dilma, Cristina Kirschner, Michelle Bachelet, aqui, na América do Sul, e até Angela Merkel, na Alemanha. Eu não diria que o mundo seria dos negros e das mulheres, mas ganharia muito a humanidade nessa luta contra a maior nódoa da humanidade: o famigerado preconceito.

“I have spoken!”, como diria “Abe” em seu discurso em Gettysburg! “Bye”!

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