Preparar a vida definitiva!


Por EQUIPE IGREJA EM MARCHA, GRUPO DE LEIGOS CATÓLICOS

28/03/2015 às 06h00

A liturgia cria clima e unção para que os fiéis possam ter a oportunidade de viver os mistérios de sua fé. É um exercício de mística, vital para o crescimento interior com consequente mudança de práticas (“conversão”) do crente. A semana que se inicia amanhã é o ponto máximo que a liturgia nos oferece a cada ano. A caminhada com os ramos nos dá a oportunidade de sentir no corpo e na alma nossa adesão e nosso seguimento a Jesus. De refletir também sobre o que significam as glórias desse mundo: o mesmo povo que aclamava Jesus, na quinta-feira, exige de Pilatos Sua crucifixão. Talvez isso explique uma piedade muito bonita de nosso povo: muitas pessoas guardam os ramos presos ao crucifixo, a dizer: Te sigo até a Cruz!

O silêncio e a reflexão são interrompidos por um momento muito alegre, com repiques de sinos no Glória na quinta-feira. A instituição da Eucaristia Jesus ensina uma das mais profundas verdades da Revelação: Vida partilhada na doação é vida que ninguém mais pode findar, porque gera vida numa corrente em que não existe lugar para a morte.

Depois da missa, outra tradição piedosa: no altar a Eucaristia é adorada por fiéis. No Cristo Eucarístico podemos experimentar a comunhão com todos aqueles que a Eucaristia transforma num só Corpo. É hora de se deixar sentir pertencente a esse Corpo e, prostrados ante “tão sublime sacramento”, ficar em comunhão com todos os encarcerados, os doentes, os famintos, os que têm sede, os que não têm roupas, os sem-teto, enfim, visitar na Eucaristia todos os desesperados e excluídos da Terra. Todos são parte do Corpo que adoramos, e, ao adorar, com eles nos comprometemos.

O altar desnudado prepara, com seu clima de desolação, para a grande experiência da Sexta-Feira Santa: a morte de nosso Deus, que é quando nos afastamos de Deus e vivemos Sua ausência. Ele nunca se afasta de nós, mas nós, individual ou coletivamente, dele nos afastamos. Viver sem Deus é a experiência da “des-Graça”, do Inferno.

Enfim, na vigília Pascal, a resposta final de Deus: A vida vence a morte. Quem guarda seus bens e os acumula não pode levá-los ao túmulo. Mesmo que as traças não os roam e os ladrões não os roubem. Mas de quem aprendeu com Jesus a dar tudo, inclusive a própria vida aos outros, ninguém pode roubar nada. Nem a morte pode roubar-lhe a Vida.

Que a celebração da Páscoa nos encha de vida em abundância para que tenhamos muita vida para dar. Feliz Páscoa!

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