Fraternidade: Igreja e sociedade


Por EQUIPE IGREJA EM MARCHA, GRUPO DE LEIGOS CATÓLICOS

28/02/2015 às 06h00

A Campanha da Fraternidade iniciada no último dia 18, Quarta-Feira de Cinzas, com o tema: “Fraternidade: Igreja e sociedade”, incentiva os cristãos a uma reflexão e a um compromisso: refletir sobre sua missão como discípulo de Jesus, membro da Igreja e comprometer-se como cidadão com a transformação da sociedade.

Jesus resume a sua missão no mundo afirmando: “Eu vim para servir” (Mc. 10,45), lema da campanha. A Igreja recebe como missão continuar a própria missão de Cristo, isto é, servir o mundo. O Concílio Vaticano II redefiniu a Igreja como servidora. Essa noção conciliar inspira a Campanha da Fraternidade (CF) deste ano com um conteúdo social muito pronunciado, relacionando a fé com a vida prática das pessoas. A ação eclesial, com essa dimensão social inerente, se realiza na colaboração dos cristãos na construção de uma sociedade mais humana e mais justa. Isso envolve uma cooperação dos cristãos não apenas nas ações de assistência, mas também na busca de soluções às causas estruturais da desigualdade, da miséria e se traduz em gestos simples e cotidianos de solidariedade na família, na comunidade, na sociedade. A fé cristã não se reduz ao culto ou à oração, mas se encarna no compromisso.

A fé tem implicações sociopolíticas e leva ao engajamento. O texto base da CF, na terceira parte intitulada: “Igreja e sociedade: serviço, diálogo e cooperação”, apresenta pistas de atuação da Igreja a serviço da sociedade. No limite do presente artigo, vamos citar apenas duas. Constatando que um dos mais sérios problemas hoje é a violência que atinge sobretudo a juventude, o documento sugere “Planejar e desenvolver ações pela superação da violência” e propõe ações possíveis, como “acompanhar famílias, jovens, gangues, escolas com incidência de conflitos em vista de superá-los; apoiar as iniciativas da sociedade organizada e de organizações não governamentais, que visam à cultura da paz”( n° 2.5, pág. 76).

Tendo em vista que “a despeito de todos os esforços empenhados e do vigor mostrado pelas manifestações nas ruas em todo o país, os resultados concretos foram limitados e ainda não aconteceu uma efetiva reforma política”, (n° 2.7, pág. 47),o texto base informa que “a Igreja católica integra a Coalizão pela Reforma Política, Democrática e Eleições Limpas e participou ativamente dos debates que definiram os termos deste projeto” e sugere, entre outras proposições: “Convidar pessoas para debater, traçar metas e estratégias de mobilização, em vista de contribuição à necessária reforma política”(n° 2,7, pág.77).

A tarefa é grande, mas o momento é favorável a um compromisso sério dos cristãos na realização de gestos a favor da construção de uma nova sociedade de paz, sem violência, com harmonia, igualdade e felicidade.

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