Natal: Deus nos ama!
Por amor, Deus revelou-se e doou-se ao homem. Traz assim uma resposta definitiva às questões que o homem se faz acerca do sentido e do objetivo de sua vida. Ao revelar-se, Deus quer tornar os homens capazes de responder-lhe, de conhecê-lo e de amá-lo bem além do que seriam capazes por si mesmos. Necessitamos da graça da fé que “abre os olhos do coração” (Efésios 1,18). Distinta e inseparável da razão natural, a fé é um dom sobrenatural que move o coração e o converte a Deus, mas na fé, a inteligência e a vontade humanas devem cooperar com a graça divina. A Bíblia denomina “obediência da fé” a resposta do homem ao Deus que revela. “A verdade profunda, tanto a respeito de Deus como da salvação dos homens, manifesta-se-nos por esta revelação na pessoa de Cristo, que é simultaneamente o mediador e a plenitude de toda a revelação” (Concílio Vaticano II). A Sagrada Escritura anuncia que é em Jesus Cristo que habita corporalmente toda a plenitude da divindade e que não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos de ser salvos (Epístola aos Colossenses 2,9; Atos dos Apóstolos 4,12).
Num mundo caracterizado pela dispersão, pelo relativismo moral e pelas múltiplas mensagens, o Natal nos anuncia aquele que é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14,6). A felicidade não se consegue pela via da liberdade sem a verdade.” Jesus Cristo vai ao encontro do homem de todas as épocas, também da nossa época, com as mesmas palavras que disse alguma vez: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8,32). Estas palavras encerram em si uma exigência fundamental e, ao mesmo tempo, uma advertência: a exigência de uma relação honesta para com a verdade, como condição de uma autêntica liberdade; e a advertência, ademais, para que seja evitada qualquer verdade aparente, toda a liberdade superficial e unilateral, toda a liberdade que não compreenda cabalmente a verdade sobre o homem e sobre o mundo” (Papa São João Paulo II). É em Jesus Cristo que os homens encontram a plenitude da vida religiosa. O Natal nos lembra que Jesus Cristo é “o ponto para o qual tendem os desejos da história e da civilização, o centro da humanidade, a alegria de todos os corações e a plenitude das suas aspirações. É aquele a quem o Pai ressuscitou dos mortos, exaltou e colocou à sua direita, constituindo-o juiz dos vivos e dos mortos” (Concílio Vaticano II).
Deus, que por natureza é invisível, se tornou visível aos nossos olhos. Sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Cristo tem uma inteligência e uma vontade humanas, perfeitamente concordantes e submetidas à sua inteligência e à sua vontade divinas, que tem em comum com o Pai e o Espírito Santo. No tempo determinado por Deus, o Filho Único do Pai, a Palavra Eterna, isto é, o Verbo e a Imagem substancial do Pai, encarnou: sem perder a natureza divina, assumiu a natureza humana. A Encarnação é, portanto, este mistério da admirável união da natureza divina e da natureza humana na única Pessoa do Verbo. Agradeçamos a Deus por este mistério do Natal que exalta o amor. Desejo aos leitores um santo e abençoado Natal !