Juiz de Fora, mais uma vez, de fora
O projeto “Voe Minas Gerais” está completando dois anos de operação. Agora, incluiu mais quatro municípios na rota: Governador Valadares, Ipatinga, Patrocínio e Piumhi. Mais uma vez, a capital da Zona da Mata, que é Juiz de Fora, deixou de ser incluída nos 20 municípios servidos pelos financiamentos aéreos da Codemig. Se é por falta de prestígio político ou mesmo falta de passageiros, precisamos fazer uma análise. De fato, pagar quatro vezes o valor de uma passagem de ônibus confortável pela viagem até Belo Horizonte, além de ter que enfrentar o tráfego da Praça Sete até o aeroporto da Pampulha, e ter que esperar por vezes até uma hora, é terrível.
Quando a Gol fazia o trajeto Belo Horizonte x São Paulo com escala em Goianá, algumas pessoas criticaram dizendo que tinham que viajar da rodoviária de Juiz de Fora até o Aeroporto Itamar Franco para pegar o avião, além de fazer um percurso de táxi da Pampulha até o Centro de Belo Horizonte. Por falta de interesse e passageiros, ela suspendeu aquele voo. Somando-se os preços das passagens aéreas e mais o táxi, só a viagem de ida ficava em torno de R$ 600. Mesmo se o voo fosse do Aeroporto da Serrinha até Pampulha, ainda assim, os custos não compensariam os benefícios.
É preciso que os futuros eleitores procurem votar em pessoas que, necessariamente, escolham candidatos comprometidos com o desenvolvimento econômico de Juiz de Fora. Se houve um enorme erro na construção do Expominas Juiz de Fora em local totalmente contraindicado para tal e desvios de recursos, o problema foi um. Já falei em artigo que o Expominas JF deveria ter sido construído onde hoje funciona o novo shopping center perto da rodoviária. No máximo, depois da Fiemg Zona da Mata ou do parque de exposições, que serve, muitas vezes, para funcionarem as mostras de gado produzidas na região. Estou só falando no problema técnico, porque os políticos sempre existirão.
O que deve ter uma boa demanda são os voos de Juiz de Fora para São Paulo, já que, por ônibus, o trajeto é feito em torno de sete horas. A boa demanda que existiu para o trecho foi no tempo das empresas Pantanal e Trip, que pousavam no Aeroporto da Serrinha. Quando as empresas fizeram a opção por aviões maiores de mais de cem passageiros como os Boeings 737, os pousos e as decolagens nesse acanhado aeroporto de Juiz de Fora tornaram-se inviáveis por motivos de segurança. Até a empresa Passaredo também relutou em operar no Serrinha com o ATR72 para 70 passageiros. Aí fica o problema. As empresas aéreas, como a Azul, Gol e outras, não gostam de usar aviões menores. Resolver o problema da não utilização do Aeroporto da Serrinha pelas empresas particulares não é nada fácil, porque entram problemas de custos, cancelamentos por motivos climáticos e problemas de segurança e outros detalhes.