Humanização no tratamento psiquiátrico


Por ANGELA HALFELD CLARK - COLABORADORA

27/03/2015 às 06h00- Atualizada 27/03/2015 às 09h23

Em 28 de fevereiro deste ano, teve a reportagem: “Juiz de Fora pode se tornar polo de saúde mental”. O coordenador nacional de saúde mental do Ministério da Saúde, Roberto Tykanari, visitou as residências terapêuticas da cidade para transformar o município em polo formador nesta área.

No contexto social deste assunto tão polêmico, apesar de parecer óbvio na questão humanitária, a desospitalização psiquiátrica é necessária. O tratamento do sofrimento mental mostrou-se, no passado, como situação de subordinação em que o paciente se submetia a verdadeiras torturas, piorando o seu quadro psiquiátrico, psicológico e físico. No entanto, ainda nos deparamos com a falta de sensibilidade de muitos profissionais da saúde.

Os pacientes internados têm ânsia de voltar aos velhos vícios e fugir dos cativeiros, mostrando sintomas de que o tratamento não está dando certo.

O convívio diário com pessoas que possuem transtornos mentais e vícios é dificílimo. A tendência é de que as famílias se livrem do problema a qualquer custo. Portanto, a estrutura familiar deve estar embasada no amor e equilíbrio. Normalmente, os transtornos que eclodiram num determinado membro da família se encontram latentes na própria família.

O sofrimento mental torna a pessoa desagradável, e a vida daquela família, ou clã, uma verdadeira aventura. Todos têm sede de paz. Imbuídos de sanar estes problemas, procuramos ajuda nas instituições para este fim. Vamos cansados, sofridos, parecendo que estamos pagando nossos pecados. Os CAPs (Centro de Apoio Psicológico e Psicossocial), aqui em Juiz de Fora, com o acolhimento diário, são verdadeiras bênçãos. As casas terapêuticas, abrigando dez pacientes em cada uma delas, em lugar de 200 pacientes dos antigos hospitais psiquiátricos, são uma bênção dos céus. Nos mostram que optar pela benevolência coerente e racional também é o caminho.

O movimento antimanicomial já é antigo, mas não podemos nos esquecer do empenho do prefeito Bruno Siqueira e do ex-secretário de Saúde de Juiz de Fora dr. José Laerte Barbosa, que foram sensíveis a estas questões e também ativos nestes propósitos. Agora temos o funcionamento do novo lar para aqueles que foram alijados da sociedade.

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