Perigos reais dos celulares no trânsito
Imagine-se dirigindo na Rodovia Presidente Dutra em direção a Juiz de Fora. Agora imagine que você, ainda nela, esteja dirigindo sob uma destas quatro condições: sozinho e sem conversação; conversando com o passageiro ao seu lado; sozinho, conversando com alguém no celular manual; ou sozinho, conversando, no celular manual, com alguém que tem a mesma visão de trânsito que você. O que você espera que ocorra?
Os principais resultados claramente indicaram que dirigir enquanto conversando no celular é, apreciavelmente, diferente de dirigir enquanto conversando com um passageiro no carro, bem como dirigir sem qualquer conversação. Motoristas ao celular frequentemente fracassam em reduzir a velocidade quando se aproximam de diferentes situações perigosas, simuladas nas rodovias, resultando, com isso, em maiores taxas de colisão.
Por adição, muitos destes motoristas também fracassaram em ultrapassar outros veículos, não conseguindo aumentar a velocidade para tal a tempo e a contento. Já os que estavam sozinhos, e em silêncio, foram os que melhor, e mais seguramente, desempenharam. Aumentando e diminuindo a velocidade com segurança, desaceleravam rapidamente em situação periculosa, mantendo velocidade apropriada durante ultrapassagem, raramente envolvendo-se em colisões, e, o mais importante, relembravam, facilmente, dos perigos encontrados após assumirem a direção.
De modo similar, motoristas, conversando com passageiros dentro do carro, foram mais capazes de antecipar perigos e reduzir velocidades, desempenhando tão bem quanto aqueles que dirigiam sozinhos. Por sua vez, motoristas conversando no celular com alguém remoto, que tinha a mesma visão de trânsito, desempenharam similarmente àqueles que faziam uso do telefone celular para conversar com pessoas que não viam cenários do trânsito. E, se reagiam aos perigos, usualmente eram mais lentos, pouco os percebendo em comparação aos motoristas dirigindo sozinhos, ou com passageiro no carro.
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