O mundo é de todos
Os problemas cada vez maiores, naquilo que caracteriza a emigração de pobres, especialmente negros, que tentam escapar da miséria e da guerra que acometem seus países, especialmente no continente africano, não podem ser encarados apenas como uma tentativa agressiva e violenta de invadirem outros países, onde as condições de vida humana e civilizada permitem que fujam da barbárie, da violência e das ameaças às suas sobrevivências e de suas queridas famílias. Pergunto-lhes: é tal fato possível de ser encarado como uma invasão de uma nação contra outra?! Ou, pergunto-lhes, de modo civilizado, humanista e existencial: não se pode considerar um exemplo formidável daquilo que pode se considerar um direito humano, supranacionalista, suprapolítico, supraideológico e, até, suprareligioso?
É claro que as nações têm seus direitos próprios e estabelecidos por suas também próprias convicções culturais. Mas, mais que tudo, é preciso que haja amor, no sentido maior e universal da sublime palavra! Do mesmo modo que Cuba se reaproxima do mundo capitalista, do mesmo modo que Rússia e China se identificam política e economicamente com antigos confrontantes, do mesmo modo que sabemos que a ambição e o pérfido “amor” ao lucro bucaneiro, em nome de uma egoísta “economia global”, agride todo o panorama terrestre com essa ameaça do infame e criminoso aquecimento global, por que, repetimos o título, não aproveitarmos, de modo generoso e humanista, e criarmos um “feeling” universal de amor global, a começar por instituirmos aquilo que se poderia chamar de cidadania global?!
“Cidadania global? Como assim?”, perguntariam os anestesiados pela visão do suposto patriotismo. Suposto? Sim, suposto! Pois vivemos épocas atuais onde, mais do que a visão, a razão e o sentimento de um limitado senso nacionalista, necessitamos, pelos progressos da ciência, da tecnologia e da própria visão religiosa – olhem o transcendental exemplo do papa Francisco, santificando até uma mulher palestina! -, nos levar a um compromisso global com toda a humanidade!
Daí, pensando e agindo simultaneamente, todas as nações deveriam se conscientizar, de modo total e definitivo, de que governos, líderes políticos, econômicos e religiosos, empresários donos de empresas ricas e poderosas, não só do lado rico que atrai os pobres e desesperados emigrantes dos países sofridos, especialmente do continente negro, mas também dos próprios países pobres, numa soma de pensamentos e atitudes nobres, isentas de qualquer lucro, que não seja o benefício humano, moral, ético e também político! Naquilo que, não tenho qualquer dúvida, Aristóteles afirmou ser o homem um animal político, e eu, como ser humano, me permito completar: somos animais políticos, pelo amor, pela paz e pela fraternidade que deve existir entre todos nós! Cidadania global, por que não?!