Biografar é viver!
Ninguém biografa ninguém. Muito menos a si mesmo, quanto mais aos outros! A verdadeira biografia é muito mais – e muito mesmo! – do que o simples relato escrito, filmado, televisado ou virtualizado pela internet! Biografar é viver! E viver não é simplesmente esse passar terreno, naquilo que chamamos nascimento e achamos que termina com a morte! Ora, e a vida que nos antecede e da qual procedemos?
Ora, e a vida que nos sucede e continua em outras formas? Ora, o passado existiu! Ora, o futuro existirá! Biografia? Paranoia existencial, isso sim. Nós não vivemos, mas participamos da vida, em sua grandiosidade, em sua maravilhosa representação na natureza, com a nossa humilde presença. A personalidade não passa de um erro persistente. Quer se conhecer? Olhe para um semelhante! Quer conhecer o semelhante? Olhe-se ao espelho. O homem é ele mesmo e suas circunstâncias.
Biografia é sinônimo existencial do ato de viver. Qualquer outra incursão é paranoica, ou, pior ainda, usar o sublime ato de viver como uma desculpa para ganhar a pior das invenções humanas: o vil metal! De fato, cada homem, como cada animal, vegetal e mineral, escreve sua própria biografia vivendo! Estamos vivendo, no Brasil – país do futuro?! -, os estertores horrorosos e tentativas megalomaníacas de alguns escritores se transformarem em seres capazes de transcreverem no papel, ou seja em que expressão for, a aparência social da verdadeira e íntima pessoa que é aquela que – toda ela! – se encarrega de escrever a própria biografia, com coragem, amor e desprendimento! E sabem como se escreve essa sublime e sincera biografia? Vivendo e amando a vida! O resto… Bem, o resto é a luta eterna pelo vil metal!