Professores como intelectuais


Por RONILSON DE SOUZA LUIZ Policial militar e doutor em educação pela PUC-SP

23/09/2014 às 06h00

Nota-se que a cada dia diminuem os interessados em zelar, de forma inteiramente compromissada, por nossas três áreas de maior demanda, a saber: saúde, educação e segurança pública.

Junto com os médicos, os professores aparecem de forma destacada na lista das carreiras que se candidatam a cargos eletivos. Policiais militares, nas duas últimas décadas, com mais empenho, começam também a investir nesta trajetória.

Aprender a tocar um instrumento ou praticar um esporte profissional são tarefas que exigem disciplina e longos anos de treinamentos e deixam de ser cultivadas pelos imberbes, alertam os docentes.

Todos os servidores que fazem parte das áreas mais prementes conhecem a realidade de que, se de todos é extraída a “mais-valia”, contudo, dos policiais, dos médicos e dos professores, ela tem sido exigida em grau mais elevado.

Transcrevo mensagem destinada aos professores que, ao meu sentir, traduzem horizontes edificantes. “Que nossos professores possam sempre ver com os olhos livres e possam continuar espalhando o fertilizante das ideias que germina a semente da cidadania, amadurece o fruto do conhecimento, robustece a árvore da ciência, amplia o cultivo da pesquisa, alarga a floresta do saber e, acima de tudo, ajuda a humanizar a colheita do nosso crescimento.”

Para alguns, estes pontos podem parecer sonhos distantes, os poetas dirão: mas não é exatamente o sonho que alimenta a obstinada epopeia humana? Não podemos aceitar indigência educacional, cânceres burocráticos na saúde ou medos e violências na segurança, áreas que são umbilicalmente ligadas.

O título desta reflexão leva à obra de Henry Giroux, publicada pela editora Artmed, com apresentação do saudoso pernambucano Paulo Freire, que nos deixou em 1997. Nós, professores, não devemos formar discípulos ou seguidores, e sim homens e mulheres capazes de arremessar o dardo do conhecimento um pouco mais à frente do que nos foi possível. Simples assim!

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