O tempo no qual vivemos é comumente visto como tempos difíceis, muito raro é encontrar alguém que esteja satisfeito, mesmo que parcialmente, com a vida e o tempo que vive. As queixas se avolumam, críticas brotam, e reclamos sobram de toda ordem.
Em tempos de campanha eleitoral, o que não nos faltam são promessas de um país melhor, de um futuro brilhante e pleno de farturas. Interessante observar que, em geral, as promessas são as mesmas, ontem e hoje, quem sabe, amanhã. E tão pouco foi realizado diante das possibilidades.
Fato é que pouco será mudado enquanto o homem não se modificar em sentimentos, propósitos e objetivos. As superficialidades devem ceder espaço à reestruturação dos sentimentos. É natural que consideremos o nosso problema como um terrível espinho, justo é sentir a aflição da prova que agoniza no fundo do coração. Não é sadio, porém, alimentar sentimento de ódio, vingança e raiva contra aquele que julgue ser o agente de tanta agonia.
Nem sempre falhamos de propósito, quantas vezes pretendemos ser bons e amáveis, e o ambiente ao redor não se mostra fecundo para atingirmos o objetivo, e fracassamos em nosso propósito. Ser calmo em meio à calma é fácil, ser bom com quem nos é bom não há tanta virtude. A força do progresso consiste em permanecer calmo diante das pessoas irritantes, em ser generoso frente ao egoísta.
Ainda nos portamos como centauros quando é vital que sejamos humanos vislumbrando as belezas de Deus.
Por mais tenaz que seja a dor, lancemos o olhar ao mais alto, no silêncio da prece, na conversa íntima com o Pai, no balanço de nossos queixumes, supliquemos uma gotícula de força de vontade para o enfrentamento de todas as vicissitudes sem fraquejar. Rogando poder olhar aqueles que nos ofenderam sem que os dediquemos senão a paz de espírito, roguemos ao Pai que faça em nós verdade as santificadas palavras da oração ensinada por Jesus: … seja feita a sua vontade, assim na terra como no céu.