Dias comuns e vida sob medida


Por JUAREZ ALVARENGA, ADVOGADO E ESCRITOR

23/07/2015 às 07h00

Seria a vida uma projeção repetitiva e continuativa de dias comuns? Esperar coisas positivas, dentro da mediocridade cotidiana, pode ser um ato de consciência domado pela inexpressividade da realidade. Se enquadrar no perfil real leva de nós reajuste significativo dentro de nossa prova, que é viver com tranquilidade de espírito. Adaptar ao cotidiano exige de nós descomprometimento com a tristeza e sintonia com alegria.

A vida é um processo de lentidão que nos assusta. E a rotina é o retrato desta paralisia que nos acomoda. Neste quadro de asfixia dos sonhos, impregnado pelos passos lentos da rotina, parece que, quanto mais realizamos, mais distantes da meta ficamos.

As ações rotineiras são como pescaria sem peixes. Devemos, como o pescador, que fica horas na beira do ribeirão sem pegar nada, voltar no dia seguinte, com o entusiasmo de hoje, pegar em dobro. Pois a vida sem sonhos é um pesadelo. E infiltrar os sonhos dentro do dia a dia é um processo doído, porque os sonhos são grandes demais para se enquadrarem dentro do cotidiano.

É andando lentamente que chegamos a horizontes distantes. Por isso, é necessário descobrir a beleza e sensatez de, como turista, andar nos caminhos rotineiros.

Entrar no dia a dia como se entra numa boate noturna é ter motivação para adaptar os sonhos à realidade sem transtorno. É substituir os perfumes das baladas pelo suor da realidade com resultados.

Hoje, os dias comuns são enfrentados sem deslumbramento. Aprendemos a andar com disciplina e alegria. Absorver de sua monotonia perfeições de ações e compreender que os dias são alicerces para suportar nossas megaconquistas de longo prazo.

Hoje como herói do meu dia domado e a vida sob medida, encontramos felizmente magia cotidiana, sem se ausentar de sua rusticidade, agarrando a felicidade com toda intensidade.

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